Avaliação psicológica no Brasil: Avanços e desafios


Chiodi, M. G., & Wechsler, S. M. (2008). Avaliação Psicológica: Contribuições brasileiras. Boletim Academia Paulista de Psicologia - Ano XXVIII, 2(8), 197-210.

Resenhado por Laís Santos


A avaliação psicológica é um processo amplo e complexo que visa a testagem de hipóteses ou mesmo o diagnóstico de indivíduos e/ou grupos. Por exemplo, o psicólogo pode avaliar a competência de candidatos frente à realização de determinada tarefa ou função diante de um processo seletivo em uma empresa. Um dos grandes desafios da avaliação psicológica se associa aos embates em torno do uso de testes psicológicos no que diz respeito à utilização de medidas válidas e confiáveis. Durante muitos anos diversos profissionais utilizaram instrumentos sem evidências consistentes de suas qualidades psicométricas, principalmente no que se refere ao uso de instrumentos internacionais não adaptados para a realidade nacional, o que acarretou em certa medida no surgimento de impressões negativas quanto à veracidade dos resultados obtidos através de tais medidas.
A validade é condição essencial de todo teste psicológico, uma vez que, na psicologia trabalha-se com a ideia de traço latente e a representação do mesmo, por meio dos itens e fatores que traduzem o construto psicológico em questão. Nesse sentido, um teste é válido quando realmente ele mede o que se propõe medir. Por outro lado, a precisão, confiabilidade ou fidedignidade das medidas psicológicas também é considerada outro aspecto essencial dos testes, e se associa aos critérios psicométricos do instrumento. Entende-se por precisão a capacidade do teste medir o que se propõe com o máximo de objetividade possível e menor chance de erro estatístico. Na prática, se um teste é preciso, significa dizer que um mesmo teste psicológico exibirá resultados iguais ao ser utilizado por uma mesma pessoa em ocasiões diferentes, por exemplo, no começo e no final de uma sessão terapêutica.
Atualmente pesquisadores da área têm se esforçado para construir medidas que atendam aos parâmetros necessários para sua utilização. Outra ação importante corresponde à criação de Laboratórios e grupos de pesquisa, bem como, a própria criação em 1997 do Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP) e da Revista Brasileira de Avaliação Psicológica, em 2002. Por fim, vale salientar que apesar dos avanços evidentes, como por exemplo, o crescimento do número de publicações na área, e especificamente de estudos que avaliam evidências de validade de instrumentos, há muito a se fazer. Contudo, independente da situação da avaliação psicológica no Brasil, é de suma importância enfatizar que é dever não apenas de professores, pesquisadores e todo o meio acadêmico, mas também dos profissionais da psicologia como um todo primar pela qualidade das medidas usadas, visto que o uso de testes psicológicos é prática exclusiva do psicólogo.

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