Psychoneuroimmunological Processes in Aging and Health / Processos Psiconeuroimunológicos no Envelhecimento e na Saúde


Gruenewald, T.L.; Kemeny; M. E. Psychoneuroimmunological Processes in Aging and Health (2007). IN: Aldwin. C. M., Park, C. L.; Spiro, A. (Orgs.). Handbook of health psychology and aging. The Guilford Press: New York, NY.

Resenhado por Danielle Alves

Atualmente se tem estudado cada vez mais a relação entre fatores psicológicos e biológicos no envelhecimento. Pesquisas têm demonstrado que variáveis de ordem social, psicológica e comportamental podem modular processos imunológicos, neurais e endócrinos, agindo como mediadores primários nos desfechos clínicos em idosos, o que ressalta a importância de estudos mais robustos e a inclusão da idade como variável moderadora das associações com o objetivo de melhor caracterizá-las.
Dentre os achados encontrados, já se sabe que mudanças na regulação biológica podem elevar o risco para doenças e incapacidade. Tais mudanças demandariam adaptações constantes às novas situações, o que revela a importância de maior conhecimento acerca dos estressores psicossociais e fisiológicos. Alterações dos sistemas neuroendócrinos e imunológicos se mostram associadas a importantes variáveis psicológicas, tais como isolamento social, percepção de domínio, apoio social, otimismo, auto eficácia, estresse do cuidador, humor depressivo e ansioso. Evidências revelaram a capacidade preditiva delas para incapacidade, mortalidade e doença.
Com relação ao sistema neuroendócrino, destacaram-se mudanças nos níveis e na atividade hormonal, principalmente aquelas relacionadas ao eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, impactando na regulação do sono e na quantidade de cortisol no organismo. Alterações imunológicas referentes à disponibilidade de células T (células fundamentais para a eficiência das defesas ante a patogênicos) e células β (relacionadas a produção de anticorpos) elevaram processos inflamatórios, infecções fúngicas e bacterianas. Ambas modificações biológicas predispuseram a prejuízos físicos (doenças cardiovasculares, risco de quedas, mortalidade), declínios cognitivos (memória e habilidades intelectuais), e rebaixamento de condições psicológicas (em decorrência de estressores crônicos, tais como morte de amigos e familiares, depressão e ansiedade).
 Foram também efeitos da condição física o isolamento social e baixos níveis de integração social. Estudos destacaram que quanto maior os níveis de apoio social, melhores os indicadores referentes ao funcionamento cardiovascular, neuroendócrino e imunológico, além de diminuição do risco de declínio físico e cognitivo. Maiores índices de depressão relacionaram-se ao aumento de biomarcadores inflamatórios, doença cardíaca coronariana, câncer e mortalidade. Crenças de auto eficácia, controle e domínio pessoal predisseram menor probabilidade de declínios no funcionamento cognitivo.
Conforme as evidências reunidas, é inegável que a relação entre dinâmicas físicas e psicológicas tem se mostrado cada vez mais estreita nos estudos. A psicologia da saúde, como especialidade da psicologia que enfatiza essa relação, poderá futuramente contribuir significativamente para o esclarecimento das lacunas teórico-práticas que ainda se impõem nesse campo.





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