Ageing and the prevalence and treatment of mental health problems / Envelhecimento e prevalência e tratamento de problemas de saúde mental


Jokela, M., Batty, G. D., & Kivimäki, M. (2013). Ageing and the prevalence and treatment of mental health problems. Psychological medicine43(10), 2037-2045.

Resenhado por Mariana Menezes

O envelhecimento é um fator importante no desenvolvimento de problemas de saúde mental e seus tratamentos. Ao longo da vida ocorrem mudanças na incidência e prevalência de Transtornos Mentais Comuns (TMCs). De acordo com algumas pesquisas, a saúde mental tende a melhorar na terceira idade, no entanto, outros estudos sugerem que a saúde mental fica mais prejudicada nessa fase da vida.
Segundo os autores, não é possível afirmar com certeza se a saúde mental tende a melhorar na terceira idade, pois a maioria das pesquisas que investigaram a saúde mental entre os idosos não pesquisaram aqueles com idade acima dos 70 anos e, desta forma, os dados disponíveis não permitem ter clareza sobre se o desenvolvimento positivo da saúde mental continua além da velhice precoce.
As poucas pesquisas que incluíram idosos com mais de 70 anos na amostra identificaram que o transtorno mental mais comum entre os idosos dessa faixa etária é a depressão. Quanto a assistência de saúde que é prestada aos idosos existe uma preocupação geral sobre se recebem os cuidados adequados, tendo em vista que é uma fase em que, dentre outras coisas, a saúde fica mais debilitada, os problemas de saúde aumentam, o organismo fica mais fragilizado e a resposta aos tratamentos é mais lenta.
Ainda que se saiba que existem diferenças entre as pessoas, inclusive na saúde mental, devido a idade e coorte de nascimento, ainda não se sabe muito sobre qual é o papel desses fatores no envelhecimento. Diante disso, a hipótese de pesquisa do artigo foi a seguinte: Os TMCs e a utilização do tratamento psicoterápico se tornam menos prevalentes com a idade e os TMCs podem ter se tornado mais prevalentes nos anos mais recentes e nas coortes mais jovens. Não houve hipóteses específicas sobre o período de tempo ou efeitos de coorte no tratamento psicoterápico.
A pesquisa foi realizada em diferentes países do Reino Unido. Tratou-se de uma investigação longitudinal com duração de 18 anos (de 1991 a 2009). Participaram da pesquisa 30.224 idosos com idade entre 15 e 100 anos. Os TMCs foram avaliados com o General Health Questionnaire (GHQ). Os participantes também foram solicitados a relatar se haviam ou não utilizado diferentes serviços de saúde desde um determinado mês do ano anterior. Um dos itens da lista era psicoterapia incluindo psiquiatria ou análise e a opção de resposta era dicotômica (sim ou não). Na análise dos dados foi realizada uma Regressão Logística.
Os resultados revelaram que houve menores taxas de TMCs e maior uso de psicoterapia entre indivíduos de 15 a 24 anos, prevalência levemente decrescente de TMCs com o tempo naqueles com idade entre 25 e 54 anos e decréscimo no uso de psicoterapia após os 55 anos. Além disso, os autores também identificaram aumento dos TMCs após os 75 anos e que os idosos com essa faixa etária foram os mais propensos a apresentar TMCs e os menos propensos a utilizar serviços de psicoterapia.
Desta forma, a pesquisa pode ser considerada uma contribuição para a área da Psicologia da Saúde ao passo que apresentou achados importantes para a compreensão do funcionamento mental de idosos, além de outras questões relacionadas à saúde mental dessa população que está crescendo rapidamente em várias regiões do mundo.


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