Emotional Regulation Questionnaire (ERQ): Indicadores Psicométricos e Relações com Medidas Afetivas em Amostra Idosa
Batistoni,
S. S. T., Ordonez, T. N., Silva, T. B. L., Nascimento, P. P. P., &
Cachioni, M. (2013). Emotional Regulation Questionnaire (ERQ): Indicadores
psicométricos e relações com medidas afetivas em amostra idosa. Psicologia: Reflexão e Crítica, 26, 10-18. doi: 10.1590/S0102-79722013000100002
Resenhado
por Brenda Fernanda
Evidências têm apontado a relevância das emoções
como recurso adaptativo frente às mudanças durante o envelhecimento. Em
discussões da década de 90, altos índices de bem-estar na
velhice soavam como um fenômeno paradoxal, visto que se trata de uma fase
marcada por perdas e limitações. No entanto, estudos têm revelado o quanto idosos
são mais propensos a relatar maior controle emocional do que os jovens,
principalmente no que diz respeito à regulação da experiência interna de
estados negativos, como a raiva, e da expressão externa de felicidade e
tristeza. Nesse sentido, o presente estudo objetivou apresentar indicadores
psicométricos de validade e fidedignidade (validade de construto, consistência interna
e confiabilidade teste-reteste) da versão brasileira da escala de regulação
emocional aplicada a idosos; e identificar relações entre as estratégias de
regulação emocional (reavaliação cognitiva e supressão emocional) e medidas de
experiência afetiva, satisfação com a vida e depressão entre idosos.
Participaram do estudo 153 idosos com idade igual e
superior a 60 anos, inscritos no 1º semestre de 2010 na Universidade Aberta à
Terceira Idade. Destes, 63 foram submetidos à retestagem. Utilizaram-se, como
instrumentos, um questionário sociodemográfico, o Questionário de Regulação
Emocional (QRE), a Escala de Afetos Positivos e Negativos (EAPN), a Escala para
Medida da Satisfação Geral com a Vida e a Escala de Depressão Geriátrica
(GDS-15).
Quanto aos resultados, os testes de esfericidade de
Bartlett e o de Kaiser-Meyer Olkin indicaram a possibilidade da realização de
uma Análise Fatorial Exploratória (AFE). A QRE apresentou dois fatores
(reavaliação cognitiva e supressão emocional) que, juntos, explicaram 50,1% da
variância total e possuiu índices de consistência interna considerados
moderados e índices de estabilidade temporal bons. Observou-se que a pontuação
média da amostra no fator de reavaliação cognitiva foi maior do que a média em
supressão emocional. Além disso, a frequência de afetos positivos foi superior
à experiência de afetos negativos. No que concerne às relações entre Regulação
Emocional, Afetos Positivos e Negativos, Satisfação com a Vida e Depressão, a reavaliação
cognitiva associou-se positivamente com afetos positivos e satisfação com a
vida e negativamente com afetos negativos. Afetos positivos associaram-se
positivamente com satisfação com a vida e negativamente com depressão. Afetos
negativos, por sua vez, associaram-se positivamente depressão e negativamente
com satisfação com a vida e com os afetos positivos. Satisfação com a vida
associou-se negativamente com depressão.
Conclui-se sobre a importância da validação de
medidas para amostras brasileiras, bem como para contextos específicos, dando
destaque ao grupo da terceira idade. Diante das evidências quanto ao
funcionamento cognitivo e emocional diferenciado dos idosos em determinadas
situações, é fundamental que se realizem estudos voltados para essa faixa
etária, visando a proporcionar melhor entendimento e assistência à saúde
destes.
Nenhum comentário: