Depressão, ansiedade, apoio interpessoal e autopercepção de dor em pacientes com síndrome de fibromialgia.

 

Lozano, J. E., Leal, T., Altamar, M. P., Oliveira, S., & Nuñez, N. (2020). Depressão, ansiedade, apoio interpessoal e autopercepção de dor em pacientes com síndrome de fibromialgia. Diversitas: Perspectivas em psicologia, 26, 2, 399-411. https://doi.org/10.15332/22563067.5007

 

                                                                                               Resenhado por José Wilton

 

A fibromialgia é considerada uma síndrome que dificulta o movimento do corpo, proporciona fadiga, dores no corpo, dores de cabeças, dores abdominais, bem como ansiedade e depressão, afetando assim a qualidade de vida do indivíduo. Portanto, o objetivo deste estudo foi determinar os indicadores de depressão, ansiedade, apoio interpessoal e autopercepção em pacientes com síndrome de fibromialgia (SF) na Colômbia.

A pesquisa avaliou 100 pacientes diagnosticados com SF. Sendo 96 mulheres e 4 homens, A idade média dos participantes foi de 53,7 anos (dp=12,4) e a escolaridade foi de 8,8 anos (dp=4,5). Os critérios de inclusão foram apresentar diagnósticos de fibromialgia feito por reumatologista intermista com experiência em SF. Foram utilizados como instrumento uma entrevista inicial com o intuito de coletar informações sociodemográficas, um questionário de saúde do paciente (PHQ-9), que visa identificar sintomas de transtornos mentais comuns. Inventário de ansiedade Traço-Estado (IDATE), usado para medir dimensões diferentes de ansiedade como, traço e estado. Escala para avaliar o apoio interpessoal (OSEL-12), percepção de disponibilidade e potencial de recursos sociais. Escala de depressão de Zug, que visa avaliar o nível de depressão em pacientes com transtorno depressivo e uma escala visual analógica de dor (VAS) tem o intuito de facilitar a mensuração de dor descrita pelo paciente. Os dados foram analisados no software SPSS, sendo analisadas as médias (M) e desvio padrão (DP) para cada um destes testes e estabelecendo interpretações das médias obtidas pelas amostras.

Os resultados apresentados mostraram que há uma tendência maior de aparecimento e agravamento de sintomas de SF em pessoas do gênero feminino com encargos familiares ou econômicos, apesar da amostra ser majoritariamente de mulheres, o estudo não apresenta uma comparação adequada entre os gêneros. O tratamento farmacológico usado por 6 de cada 10 participantes relata a utilização do medicamento com o intuito de enfrentar o impacto na saúde mental oriunda da síndrome de fibromialgia. Os demais resultados apresentaram que os níveis de ansiedade tanto para a estado quanto para traço foram baixo, e os níveis de depressão foram moderados 48,7 (dp=6,8), sendo esperado por ser uma característica da SF. Os níveis de apoio interpessoal são considerados moderados 25,3 (dp=7,4), assim o apoio social nestes pacientes é tangível, sentem-se pertencentes a uma rede de apoio social. Em relação a autopercepção e autoavaliação da dor nos pacientes, os níveis encontrados foram elevados 7,8 (dp=1,8), tal aspecto é uma característica da síndrome, possivelmente influenciado por características psicogênicas, alterações na idade e sintomas perpetuados por anos.

Portanto, a síndrome de fibromialgia apresenta aspectos que afetam a qualidade de vida do indivíduo, desde a sintomas físicos como dores a sintomas psicológicos como ansiedade e depressão. Assim, é importante a atuação da psicologia da saúde, visto que os achados apresentam que os pacientes diagnosticados com essa síndrome relatam e demonstram impactos na saúde mental dos mesmos. Tal contribuição pode ajudar a desenvolver estratégias de enfrentamento que auxiliam um melhor manejo em situações semelhantes, proporcionando mais qualidade de vida aos indivíduos. 

 

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