Health-related quality of life in preschool children with Type 1 diabetes
Postado por Ariane de Brito
Sundberg, F., Sand, P., & Forsander, G.
(2015). Health-related quality of life in preschool children with Type 1
diabetes. Diabetic Medicine, 32,
116–119. doi: 10.1111/dme.12557
A relação entre saúde e qualidade de vida
em crianças pré-escolares com diabetes tipo 1 foi investigada no presente
artigo em comparação com crianças sem a doença. Sabe-se que a qualidade de vida
em relação a saúde deve ser monitorada como parte do resultado do tratamento de
crianças com diabetes tipo 1 e por esse motivo procurou-se descrever essa
relação com os aspectos de tratamento com insulina e o controle glicêmico das
crianças.
Participaram do estudo 24 crianças
diabéticas tipo 1, sendo 12 meninas e com idade média de 4,5 anos, e 27
crianças sem a doença, entre as quais 14 serão meninas e com média de idade de 4,6
anos. Os critérios de inclusão foram: ter idade superior a 7 anos, ter diabetes
há no mínimo 3 meses e ser paciente da clínica de diabetes pediátrica de
Gotemburgo. Os pais das crianças autorizaram previamente a participação delas
na pesquisa, e estas foram informadas sobre o estudo verbalmente.
Sobre os instrumentos foi utilizado o Pediatric Quality of Life Inventory 4.0
Generic Core Scales, instrumento que avalia a qualidade de vida relacionada
a saúde e validado numa amostra de crianças suecas. As crianças diabéticas
ainda responderam o Pediatric Quality of
Life Inventory 3.0 Type 1 Diabetes Module Scales. Ambos os questionários
são indicados para crianças com idades entre 2 e 18 anos (grupos etários: 2-4,
5-7, 8-12 e 13-18 anos), mas, para crianças de 2 a 4 anos, apenas relatos dos
pais são incluídos.
Além disso foram medidos os níveis de
hemoglobina glicada (HbA1c) utilizando o DCA
Vantage (Siemens Healthcare
Diagnostics Inc., Tarrytown, NY, USA), a altura e o peso das crianças, as memórias
do glicosímetro enviados em intervalos e os dados sociodemográficos dos pais e
da criança. Para análise de dados foram realizados os testes estatísticos ANOVA
e Qui-quadrado através do programa estatístico SPSS v.19. O nível de
significância adotado em todas as análises foi de p <0,05.
Quanto aos resultados, observou-se que
crianças diabéticas com idade menor que 7 anos apresentaram menores índices de qualidade
de vida relacionada a saúde quando avaliada pelos pais em comparação com a
avaliação feita pelos pais das crianças do grupo controle. A diferença foi ainda
maior em crianças menores de 5 anos. Entre os pais de crianças com diabetes
tipo 1, 22,0% avaliaram a qualidade de vida do filho no nível de preocupação.
Houve correlação entre a qualidade de
saúde específica para diabetes e de vida, tanto com a autoavaliação por parte
da criança (r = 0,75, p = 0,01; n = 10) e, com a avaliação feita pelo pai (r = 0,77, p = 0,0004, n = 23), confirmando a validade
convergente do instrumento. As crianças diabéticas tipo 1 apresentaram
significativamente menor qualidade de vida relacionada à saúde do que as
crianças sem a doença, tendo ocorrido o mesmo resultado entre as avaliações dos
pais de ambos os grupos. Mesmo com a estratificação do grupo por faixa etária (<
5 anos e ≥ 5 anos), o resultado permaneceu estatisticamente significativo.
Não foram observadas correlações
significativas entre os aspectos de tratamento (modo de administração de
insulina, número de valores de glicose no plasma, HbA1c, hiperglicemia,
hipoglicemia, variabilidade glicêmica ou IMC) com a qualidade de vida
relacionada a saúde. Também não houve diferenças entre qualidade de vida e escolaridade
dos pais, condição de migrante ou coabitação dos pais, entre as crianças
diabéticas.
De modo geral, os dados sugerem que a
qualidade de vida relacionada com a saúde atual das crianças muito mais jovens
(< 5 anos) com diabetes merece atenção, especialmente de como a percepção
dos pais pode afetar a adaptação da criança à condição e a vida cotidiana.
Apesar do estudo ter sido realizado uma amostra considerada pequena, o grupo
controle utilizado foi muito semelhante em idade e em distribuição por sexo com
o grupo de estudo. Novos e maiores estudos são necessários para a investigação
de possíveis correlações entre fatores socioeconômicos e fatores relacionados
ao tratamento e qualidade de saúde de vida em crianças com diabetes tipo 1.
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