Preparação psicológica e o estresse de crianças submetidas a cirurgias.
Resenhado por Alexsandra Carvalho
Broering,
C., V., & Crepaldi, M., A. (2011). Preparação psicológica e o estresse de
crianças submetidas a cirurgias. Psicologia
em Estudo, 16. 15-23.
O presente artigo apresenta uma
pesquisa que avaliou a preparação psicológica pré-cirúrgica focada no estresse
de crianças submetidas a cirurgias eletivas (programadas). Ao iniciar o texto os autores conceituam o
estresse como uma reação do organismo causada pelas alterações
psicofisiológicas que ocorrem quando o indivíduo se encontra em uma situação
que o irrite, amedronte, excite, confunda ou o faça imensamente feliz. Assim,
entende-se que que a resposta ao estresse deve funcionar como um processo e não
como uma reação estanque e independente.
Os autores observaram na literatura o
reconhecimento da preparação de crianças para todo tipo de procedimento médico
como forma de amenizar o estresse pertinente à situação de hospitalização e possível
cirurgia; assim como a preparação dos pais. Pontua-se também que a ansiedade é
a resposta emocional mais frequente, que o medo faz com que a criança responda
adversamente aos eventos cirúrgicos e contribuem para problemas de
comportamento após a hospitalização. Em estudos mais recentes, observou-se que
o foco são procedimentos médicos gerais, excluindo ou não citando as cirurgias.
A preparação psicológica para
procedimentos médicos e cirúrgicos devem incluir informações sobre os detalhes
do procedimento, assim como o ensino de estratégias de enfrentamento que ajudem
a criança e os familiares. Deve abranger
o pré-operatório, o perioperatório e o pós-operatório imediato e remoto. Com
isso, o objetivo deste trabalho foi investigar os efeitos da preparação
psicológica pré-cirúrgica em crianças submetidas a cirurgias eletivas.
A pesquisa foi realizada com 30
participantes, 15 meninos e 15 meninas, na
faixa etária de 6 a 12 anos, usuários de um hospital infantil para a
realização de cirurgia eletiva de
pequeno porte. Todas as crianças estavam
acompanhadas pela mãe ou outro responsável. Para coleta dos dados foi utilizada
a Escala de Estresse Infantil (ESI). O estudo compreendeu três etapas
distintas: aplicação do ESI antes da preparação, no dia anterior a cirurgia; a
preparação propriamente dita; a reaplicação do ESI após a preparação.
A partir da análise de dados constatou-se
que ambos os programas foram eficazes na diminuição do estresse pré-cirúrgico.
A falta de informação provocou medo, angústia, depressão, estresse e ansiedade.
Os resultados corroboram as observações de estudos anteriores, segundo os quais
uma intervenção psicológica
pré-cirúrgica possibilita que o paciente adquira conhecimento sobre os
procedimentos médicos a que será submetido, aumentando a possibilidade de comportamentos adaptativos e diminuindo a
emissão de comportamentos não adaptativos.
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