Why do young children die in the UK? Comparison with Sweden.

Resenhado por Beatriz Ramalho

Tambe, P., et al. (2015). Why do young children die in the UK? A comparison with Sweden. Arch Dis Child. 2015 Oct;100. doi: 10.1136/archdischild-2014-308059


Os índices de mortalidade infantil do Reino Unido são maiores que os de muitos países europeus, diante disso foi feito um estudo com o objetivo de comparar as taxas de mortalidade para diferentes doenças entre o Reino Unido e outra nação europeia. Por possuir um dos menores índices de mortalidade a Suécia foi escolhida para essa comparação. Além disso, ambos os países possuem sistema público de saúde e desenvolvimento econômico e social semelhantes. O foco da análise é entender do que as crianças estão morrendo no Reino Unido a partir da observação das causas de óbito dos dois países, com interesse maior nas causas que possuem tratamentos disponíveis e eficazes.  
Os dados referentes às causas de mortalidade de crianças menores que 5 anos de idade foram obtidas na Inglaterra, País de Gales, Escócia, Irlanda do Norte e Suécia entre os anos de 2006 e 2008. A classificação das doenças de acordo com o CID apresentam duas limitações: grande proporção de óbitos de crianças são classificados como sintomas, sinais, achados clínicos e laboratoriais mal definidos e não especificados e a maioria das infecções são classificadas junto com o sistema relacionado, por exemplo, uma infecção respiratória é classificada como uma doença respiratória. Devido a isso, a partir da classificação do CID foram atribuídas causas de mortalidade clinicamente mais úteis para que se fossem feitas as análises do estudo.
Houve um total de mortes de crianças menores de 5 anos de 14104 e 1036 no Reino Unido e na Suécia, respectivamente, entre os anos de 2006 e 2008. A maioria dos óbitos ocorreu no período neonatal tanto no Reino Unido (63%) quanto na Suécia (55%). Os índices de mortalidade de neonatos, de crianças entre 28 dias e 4 anos e de crianças entre 4 e 5 anos são significativamente maiores no Reino Unido. As limitações da classificação de doenças pelo CID podem ser exemplificadas pelo fato de que a terceira maior causa de morte nos dois países sintomas, sinais, achados clínicos e laboratoriais mal definidos e não especificados. A primeira e segunda maior causa, de acordo com o CID, são afecções originadas no período neonatal e malformações congênitas. 
De acordo com a classificação mais utilizada clinicamente, as principais causas de morte no Reino Unido são: prematuridade, má formações congênitas e infecções. Já na Suécia elas consistem em má formação congênita, distúrbios na gestação e infecções. As taxas de mortalidade, de uma fora geral, foram mais elevadas no Reino Unido para a maioria das doenças. As mortes por prematuridade no Reino Unido não estão relacionadas à qualidade dos cuidados intensivos neonatais, mas é reflexo de condições socioeconômicas adversas. Tais condições também são determinantes nos óbitos por má formação congênita. Em relação às infecções, o que chama atenção é que mesmo os dois países possuindo sistema de saúde pública, no Reino Unido um número maior de crianças não recebe tratamento oportuno para infecções potencialmente fatais.
As principais pesquisas em relação à do Reino Unido estão focadas em aprimorar novas tecnologias e investir em novos medicamentos. No entanto, os resultados desse estudo mostram que seria mais apropriado investir em medidas que possam reduzir a mortalidade infantil, como, por exemplo, descobrir porque as crianças não recebem o tratamento existente em tempo hábil. Outro fator importante é ressaltar as diferenças entre a mortalidade nos dois países e uma das medidas essenciais para reduzir essa discrepância é reduzir as desigualdades socioeconômicas no Reino Unido.

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