Níveis de autoestima em pacientes com diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico
Gutiérrez, M. E. L., & García, E. N.
(2017). Niveles de autoestima en pacientes con diagnóstico de lupus eritematoso
sistémico. Revista Cubana de
Reumatología, 19(1), 1-8. Recuperado
de:
http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1817-59962017000100001&lng=es&tlng=es.
Resenhado por Kelyane Sousa
O lúpus eritematoso sistêmico
(LES) é uma doença autoimune que se caracteriza por ter progressão incapacitante
e curso crônico. Apresenta grande complexidade do ponto de vista clínico devido
à variabilidade dos padrões de expressão, pode afetar qualquer órgão, evolui
por surtos, com períodos de atividade e inatividade.
Um dos fatores que tem sido
proposto como precursor da autoimunidade é o estresse e os fatores inerentes à
personalidade dos pacientes. Acredita-se que avaliações subjetivas sobre o
ambiente social e a relação entre fatores psicossociais e eventos que geram
estresse, como perda de um membro da família, separação dos pais ou sentimentos
de falta de afeto, contribuam para o aparecimento de doenças autoimunes doença.
Diante disso, alguns fatores moduladores do estresse são vulnerabilidade,
enfrentamento, controle, força pessoal, suporte social, personalidade e
autoestima.
Autoestima refere-se à percepção
positiva que o sujeito tem de si mesmo, ao nível de auto aceitação e/ou ao
sentimento positivo de amor-próprio. As atitudes que as pessoas assumem de si
mesmas são expressas através do julgamento pessoal de valor. Assim, o objetivo
deste trabalho foi determinar os níveis de autoestima de um grupo de pacientes
com diagnóstico de LES e sua inter-relação com algumas variáveis sociodemograficas.
Participaram 36 pessoas com LES, das quais 33 eram mulheres e 3 homens, maiores
de 18 anos de idade, e a sua maioria (77,7%) com escolaridade de nível médio/
técnico.
A grande maioria dos
participantes (83,3%) apresentou baixa autoestima. Tal aspecto foi relacionado
com a baixa escolaridade, pois os universitários obtiveram maioritariamente um
nível médio de autoestima, visto que maior escolaridade favorece o nível de
autoestima em relação aos de média e educação básica ou primária. Além disso, a
baixa autoestima também foi relacionada a alguns elementos de personalidade e
aceitação de responsabilidade em termos de admissão da doença e dificuldade
para modificar estilos de vida.
A variável idade também tem influência nos fatores moduladores de estresse. Na adolescência, a presença de lesões dermatológicas que ameaçam a estética limita as relações com os pares na idade adulta as manifestações articulares interferem no desenvolvimento sócio laboral, podendo gerar sentimentos de dependência econômica e ao mesmo tempo insegurança e infelicidade no casal e social relacionamentos, em tempos de crise.
Em pacientes com LES, os baixos
níveis de autoestima podem ser um fator desencadeante de crises juntamente com
a vulnerabilidade biológica e outros fatores relacionados aos eventos de vida e
a presença de psicopatologias que favorecem níveis significativos de estresse.
Dessa forma, é essencial para a Psicologia da Saúde compreender as variáveis
psicológicas que impactam na autoestima de pessoas com LES para que os
profissionais possam ter ferramentas adequadas no manejo desse grupo de
pessoas, garantindo o desenvolvimento de um estilo de vida saudável, bem-estar
e qualidade de vida de pessoas com LES.
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