Modelos em Saúde: O Modelo da Teoria Motivacional da Proteção
Resenhado por Mariana
Menezes
Stroebe, W. &
Stroebe, M. (1995). Determinantes do Comportamento de Saúde: Uma Análise a
Nível da Psicologia Social. In W. Stroebe & M. Stroebe, Psicologia Social e Saúde. (pp. 45-50).
Lisboa, PT: Instituto Piaget.
Os autores nos
apresentam o modelo original e o modelo revisto da Teoria Motivacional da
Proteção. O modelo original da teoria motivacional da proteção constituía uma
tentativa de especificar a relação algébrica entre alguns componentes do modelo
de crença na saúde. De acordo com esta teoria, a motivação para se proteger
depende da percepção da gravidade do acontecimento prejudicial, da percepção da
probabilidade do acontecimento ocorrer ou da percepção de susceptibilidade, e
da eficácia da resposta recomendada para evitar o acontecimento prejudicial. O
modelo defende a ideia de que esses três fatores se combinam de forma
multiplicativa na determinação da intensidade da motivação para a proteção. De
forma mais específica, assume-se que a intensidade da motivação para a proteção
é uma função do produto algébrico destas três variáveis.
Numa realização de um
teste empírico do modelo original, Rogers e Mewborn (1976) avaliaram as
previsões da teoria motivacional da proteção num conjunto de três experiências
onde foi usado o medo como forma de apelo relativamente ao fumo, à segurança
rodoviária e às doenças venéreas. Os resultados foram divergentes nos três
estudos pelo que não foi possível confirmar de forma clara o modelo. Em nenhum
dos três estudos se constatou evidências da tripla interação que seria de
esperar, com base na combinação multiplicativa dos três fatores do modelo. Sutton (1982) atribui o fracasso do estudo de
Rogers e Mewborn (1982) em apoiar o modelo ao fato de a percepção de eficácia e
de susceptibilidade não serem independentes uma da outra, tal como o modelo
assume. A ação recomendada é eficaz na medida percebida como eficaz na medida
em que se acreditar que reduz o risco de ocorrência do acontecimento nocivo.
Portanto, a percepção da eficácia nunca pode ser maior do que a percepção da
suscetibilidade. Esta situação leva a inconsistência em algumas condições da
experiência, e este tipo de inconsistência pode ser responsável pelo fato dos
testes experimentais não identificarem muitos dos efeitos interativos previstos
pelo modelo.
Na revisão da teoria
motivacional da proteção, Rogers abandonou a noção de que vários fatores se
combinam de forma multiplicativa e expandiu a teoria, incluindo determinantes
adicionais de motivação para a proteção. Provavelmente, a variável mais
importante que foi adicionada foi a autoeficácia.
O conceito de autoeficácia
diz respeito à crença de uma pessoa segundo a qual ela é capaz de efetuar uma
determinada ação. A inclusão da autoeficácia num modelo de comportamento de
proteção da saúde deve aumentar o seu poder de previsão. A revisão inclui ainda
o construto da percepção de obstáculos do modelo de crença na saúde e juntou
outro com ele relacionado, ou seja, as recompensas associadas às respostas
desajustadas. O modelo revisto supõe que a motivação para que alguém se proteja
do perigo é uma função linear positiva de quatro crenças: a de que a ameaça é
grave, a de que existe uma vulnerabilidade pessoal, a de que se tem a
capacidade de efetuar a resposta de enfrentamento, e a de que a resposta de enfrentamento
é eficaz para reduzir a ameaça. A motivação para efetuar a resposta adaptativa
é influenciada negativamente pelos custos dessa resposta e pelas recompensas
potenciais associadas às respostas desadaptativas. Rogers supõe que as
variáveis incluídas em cada uma destas duas classes exercem um efeito aditivo
na motivação para a proteção e na intenção. No entanto, postula-se a existência
de efeitos interativos nas classes de avaliação da ameaça e na avaliação do enfrentamento.
Estas suposições têm
implicações importantes no planejamento das intervenções. Por exemplo, se a
autoeficácia relativa a um determinado domínio do comportamento for
sensivelmente elevada numa certa população, o fato de se fornecer informação
que aumente a vulnerabilidade ou a gravidade deve aumentar a motivação para a
proteção e a intenção de agir. No entanto, a probabilidade dos indivíduos
seguirem será tanto maior quanto a percepção do seu risco pessoal. Mas quando a
autoeficácia é baixa o aumento da vulnerabilidade não resultará num aumento das
intenções. Assim, ao invés de enfatizarmos o risco, é mais eficaz fornecer aos
indivíduos informação que aumente a sua autoeficácia.
Enfim, o texto nos mostra que a motivação para se proteger depende de alguns fatores, e que o principal deles é a autoeficácia. Também nos permite compreender que para que possamos intervir e fazer com que as pessoas sintam-se motivadas a se proteger devemos aumentar a autoeficácia delas. Assim, sua leitura é importante para as pessoas interessadas em saber mais sobre os comportamentos de saúde, e sobre as estratégias fornecidas pelo modelo da Teoria Motivacional da Proteção para uma intervenção efetiva em saúde.
Enfim, o texto nos mostra que a motivação para se proteger depende de alguns fatores, e que o principal deles é a autoeficácia. Também nos permite compreender que para que possamos intervir e fazer com que as pessoas sintam-se motivadas a se proteger devemos aumentar a autoeficácia delas. Assim, sua leitura é importante para as pessoas interessadas em saber mais sobre os comportamentos de saúde, e sobre as estratégias fornecidas pelo modelo da Teoria Motivacional da Proteção para uma intervenção efetiva em saúde.
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