Brasil recrutará mil agentes antidoping para Olimpíadas
Postado por Monique Carregosa
Não é novidade que assim
como a COPA 2014, as Olimpíadas 2016 ocorrerão no Brasil. O fato é que foi
traçado um plano de recrutamento de novos funcionários, o qual deve iniciar no
começo de agosto deste ano até o início dos jogos de 2016, tudo a fim de haver
um controle de doping.
A parceria entre o Governo Federal e as Confederações de Esportes Olímpicos
parece ser uma boa medida de fiscalização, haja vista que um dos resultados das
pesquisas descritas abaixo mostram que um número significante de esportistas
afirma não saber que existe uma lista de substâncias proibidas, o que enfatiza
ainda mais a necessidade de um processo de educação contra o doping.
"Estamos nos preparando para selecionar, capacitar e certificar agentes de controles de dopagem para 2016", explica Marco Aurélio Klein, diretor executivo da ABCD. "Serão oficiais de controle, de coleta de sangue, escoltas e operadores das estações de controle. Temos de formar um grupo com diversos profissionais que passará de mil pessoas, podendo chegar a 1.500 ao longo do período."A ABCD foi efetivamente criada em 2011, por meio do decreto, e está subordinada ao Ministério do Esporte. Sua existência está atrelada aos compromissos assumidos pelo governo brasileiro junto ao Comitê Olímpico Internacional (COI), quando o Brasil ganhou o direito de sediar os Jogos Olímpicos.Em uma de suas primeiras ações, a ABCD debruçou-se sobre a situação do controle de dopagem no País. Em 2013, todos os competidores que recebem o benefício do Bolsa Atleta responderam a uma pesquisa, cujo objetivo era mapear o alcance dos testes no alto rendimento. Os resultados preocupam.Dos cerca de 7 mil participantes da pesquisa, 76% afirmaram nunca terem passado por exame antidoping em competição. O número aumenta para 83% quando a pergunta se refere a testes aplicados no Brasil.Além da flagrante falta de exames, quase a totalidade dos atletas (92%) afirmou não saber que existe uma lista de substâncias proibidas - que está disponível no site da Agência Mundial Antidoping (Wada), no do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e também no da ABCD.Na avaliação de Klein, o Brasil sofre com grandes falhas, não só no escasso número de testes, mas também no processo de educação contra o doping. Por isso, a entidade brasileira costura um acordo de cooperação com a Agência Britânica (Ukad) para criar um programa de conscientização. O Brasil tem a expectativa de zerar o número de casos positivos de doping em 2016. ASSUNTO FEDERAL - Outro diagnóstico da pesquisa realizada pela ABCD é que apenas seis, das 30 confederações de esportes olímpicos, têm um programa de combate ao doping. Uma delas é a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), entidade que mais faz exames no Brasil, perdendo apenas para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).O processo de controles antidoping, segundo Klein, vive um período de "transição" - a partir desse ano, todos os testes serão pagos pelo governo. "Vamos tirar das confederações a responsabilidade de fazer os exames", avisa. Assim, a ABCD - com verba federal - vai custear todos os testes realizados pelas entidades olímpicas no País. Do orçamento deste ano para o órgão (R$ 12,2 milhões), R$ 8 milhões são para os controles.
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