Câncer infantil: aspectos emocionais e atuação do psicólogo

                                                 
                                                                         Resenhando por Grasielle Rocha

Cardoso, Tanes Flavia. Câncer infantil: aspectos emocionais e atuação do psicólogo. Rev. SBPH v.10 n.1 Rio de Janeiro jun. 2007

            O presente artigo abordou alguns tópicos importantes sobre o câncer infantil, tais como: Desenvolvimento histórico do papel da família e da criança na sociedade; O Câncer Infantil; Criança com Câncer; A Família da Criança Portadora de Câncer e A Atuação do Psicólogo.
           O Câncer é uma doença que até hoje, mesmo com os constantes avanços tecnológicos no seu diagnostico e tratamento, é extremamente temida e fortemente associada à morte. A descoberta do câncer em crianças gera medo da dor e sofrimento na família, como também na própria criança, que pode desenvolver insegurança em relação ao futuro devido ao risco da morte. É importante destacar que as reações não são as mesmas em todas as famílias que descobrem ter um filho com câncer, cada indivíduo tem uma reação e um modo de lidar com a situação. Para tanto, utilizam recursos internos a fim de enfrentar e se adaptar à nova realidade. Nesse contexto, cabe aos profissionais da saúde terem conhecimento dos aspectos que envolvem esta enfermidade, para assim, ter uma relação de cuidado e acolhimento com o paciente e com a família.
            Para a etiologia, o câncer é uma doença genética caracterizada pela divisão e proliferação desordenada de células que sofreram mutação em seu material genético. Ele pode ocorrer em qualquer parte do organismo e devido ao acúmulo das células dão origem aos tumores. Estes por sua vez, são caracterizados pelo agrupamento de células anormais que uma vez formadas serão destruídas pelo organismo, permanecerão como tumores benignos ou se transformarão em tumores malignos. Tudo dependerá do sistema imunológico do indivíduo, que será influenciado por diversos fatores de risco (Associação Brasileira do Câncer [ABC], 2007). Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2OO7), o que diferencia a manifestação do câncer infantil do adulto é que o primeiro geralmente afeta o sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação, já o segundo afeta as células do epitéleo que recobre diferentes órgãos do corpo humano.
Os tipos mais comuns de neoplasias infantis são as leucemias, os tumores do sistema nervoso central e os linfomas. As leucemias caracterizam-se pelo acúmulo de células imaturas anormais na medula óssea, sobrepondo-se ao número de células normais, que prejudicam a produção das células sanguíneas; já os linfomas, localizam-se no sistema linfático, que é responsável pela produção de células responsáveis pela imunidade, e os tumores do sistema nervoso central são responsáveis por 20% das neoplasias malignas infantis.  Além disso, também são típicos nas crianças o tumor de gânglios simpáticos (neuroblastoma), o tumor renal (tumor de Wilims), o tumor da retina do olho (retinoblastoma), o tumor germinativo, o tumor ósseo (osteossarcoma) e os tumores de partes moles (sarcomas) (INCA, 2007). As condutas terapêuticas utilizadas no tratamento do câncer costumam ser a cirurgia, a quimioterapia, a radioterapia e o transplante de medula óssea no caso das leucemias.
               A princípio, quando a criança é diagnosticada com câncer, sua reação dependerá da reação dos seus pais, pois estes servem de modelo para o enfrentamento da criança. Por isso, são os primeiros a necessitarem de ajuda. É a partir do modo de lidar dos pais diante do tratamento que a criança passa a entender mais sobre a doença. Em relação aos sintomas físicos resultantes do câncer e do seu tratamento, a criança pode apresentar reações emocionais, tais como ansiedade, raiva, culpa e depressão. Nos aspectos comportamentais, a criança poderá isolar-se, ter seu rendimento escolar diminuído ou até mesmo não querer frequentar a escola. A hospitalização da criança para o tratamento pode causar reações negativas e comprometer o seu desenvolvimento psicológico.
              Desse modo, a presença do psicólogo no ambiente hospitalar é fundamental para o tratamento da criança. Hoje, acredita-se que a doença é resultado de uma interação constante entre mente e corpo e influenciada por diversos fatores que vão além do biológico, incluindo fatores psicológicos, sociais e culturais. Por isso, é atribuído ao psicólogo hospitalar o papel de ajudar no âmbito da relação do paciente com o sintoma, como também na assistência familiar e a equipes de saúde.

         Enfim, é pertinente afirmar, que, quando a criança é diagnosticada com câncer a reação da família irá influenciar a reação da criança, podendo causar insegurança sobre o futuro devido ao risco da morte. Por outro lado, a própria família a princípio, é o melhor recurso de enfretamento para a criança diante dessa situação. Portanto, há necessidade de apoio da equipe de saúde, pois ela é a responsável pelo cuidado e bem estar da criança durante a hospitalização. Contundo, é indispensável a presença do psicólogo hospitalar, pois este atua oferecendo assistência ao paciente, a família e também a equipe de saúde, visando o bem estar de todos.

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