Revisão: Comportamento Suicida ao Longo do Ciclo Vital

Resenhado por Alexsandra Macedo
Schlosser, A.,Rosa, G. F. C., More, C. L. O. O. 2014. Revisão: Comportamento Suicida ao Longo do Ciclo Vital, Temas em Psicologia, 22, 133-145.

Este artigo aborda o suicídio levando em conta o ciclo vital do ser humano e as peculiaridades pertinentes a cada fase. Tal abordagem permite um olhar mais abrangente sobre um problema de saúde pública, que vem tendo um aumento significativo em suas taxas de tentativas e atos consumados.
O comportamento suicida engloba desde ideias e desejos suicidas a condutas suicidas sem êxito e suicídios consumados. O presente texto pretende identificar os possíveis fatores de risco e proteção específicos de cada período do ciclo vital: fase infanto-juvenil, fase adulta e fase idosa.
No texto o suicídio é apresentado como um grave problema de saúde pública, ocupando o terceiro lugar em causa de morte entre pessoas com faixa etária entre 15 e 34 anos e o segundo lugar em pessoas acima de 65 anos. No Brasil onde o suicídio é visto como um tabu, as informações tendem a ser imprecisas devido a sua subnotificação. Estudos realizados com a população brasileira identificaram que entre a população feminina o número de tentativas e planejamento é bastante alto, enquanto na população masculina as taxas de suicídio consumado são maiores.
A revisão da literatura, pesquisas qualitativas e quantitativas além de estudos clínicos foram utilizados na seleção do material de análise e segundo a OMS os comportamentos de risco entre adolescentes ao interagirem com fatores socioambientais aumentam os níveis de comportamentos suicidas, levando-se em conta as crises profundas vivenciadas nessa fase devidas tanto a mudanças físicas quanto psicológicas.
Quanto à população adulta as pesquisas indicam um aumento de 60% nos últimos 45 anos, apontando para o predomínio de óbitos por suicídio nessa fase. Constata-se com alto índice de mortalidade masculina, que pode ser esclarecido devido a alguns aspectos do papel social da masculinidade, principalmente relacionados à questão econômica. 
Na população idosa percebe-se uma relação com a mudança de papel exercido na sociedade. A questão da autoestima imbricada na relação de ser útil a sociedade é um dos fatores relevantes como indicadores de transtornos que afetam o humor da pessoa idosa. Tal fator ressalta a aposentadoria como um dos principais coadjuvantes para o comportamento suicida entre idosos, valendo assinalar que nessa fase as tentativas são mais eficazes e silenciosas.
O conhecimento das peculiaridades de cada fase do desenvolvimento promove o olhar mais abrangente em relação à dinâmica social possibilitando pensar intervenções preventivas que tentem modificar o cotidiano das vítimas de tentativas, proporcionando novos manejos nas relações e ampliando o horizonte dessas pessoas.



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