Mulheres vítimas de violência doméstica e transtorno de estresse pós-traumático: um enfoque cognitivo comportamental
Gomes, R. M. (2012). Mulheres vítimas de violência doméstica e transtorno de estresse pós-traumático: Um enfoque cognitivo comportamental. Revista de Psicologia da IMED, 4(2), 672-680.
Resenhado por Millena Bahiano
A violência
psicológica é uma questão de saúde pública que pode comprometer ou impedir o
desenvolvimento da mulher no âmbito social, familiar, profissional e emocional.
O termo violência doméstica engloba todas as formas de violência praticadas no
ambiente familiar, sendo um fenômeno bastante complexo desencadeado por múltiplas
causas. No que se refere ao tratamento, o modelo cognitivo-comportamental tem
sido um dos mais indicados no cuidado e atenção psicológica às mulheres em
situação de violência doméstica. As pessoas que são expostas a situações de
violência doméstica costumam apresentar constante sensação de perigo, medo,
depressão e sintomas de estresse pós-traumático e necessitam de apoio
psicológico especializado para o enfrentamento da situação adversa.
O presente estudo corresponde a uma revisão da
literatura a respeito da violência psicológica contra a mulher, o transtorno de
estresse pós-traumático (TEPT) e as estratégias terapêuticas mais utilizadas pela
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) no tratamento do TEPT em mulheres
vítimas de violência doméstica. Os tópicos apresentados no artigo se
subdividiram em sete categorias, sendo elas: (1) Violência
psicológica e transtorno de estresse pós-traumático; (2) Tratamento; (3) Psicoeducação; (4) Técnica de
Exposições; (5) Reestruturação cognitiva; (6) Treino de autoinstrução e (7)
Respiração controlada.
No estudo foi visto que ofensas e
agressões, praticadas frequentemente contra a mulher, podem causar intenso
sofrimento psicológico e ocasionar alterações de comportamento, que podem
comprometer vários setores da vida. Os sintomas psicológicos, característicos
de vivências traumáticas, mais encontrados na literatura foram os sintomas de
choque, negação, recolhimento, confusão, entorpecimento e medo. Observou-se que
a depressão, desesperança, baixa autoestima e negação também estiveram fortemente
associados ao TEPT e a violência doméstica. A abordagem terapêutica mais recomendada
para o tratamento de eventos traumáticos, vivenciados por mulheres em situação
de violência doméstica, foi a cognitivo-comportamental. Segundo a autora, a TCC
tem apresentado eficácia comprovada no tratamento do TEPT e geralmente tem sido
o tratamento de primeira escolha de muitos psicólogos (as).
Ressalta-se que as
crenças disfuncionais desenvolvidas sobretudo após o evento traumático podem
colaborar para o surgimento de sentimentos disfóricos e comportamentos
desadaptativos, o que pode favorecer o acometimento e/ou agravamento de
patologias. Além disso, o papel do terapeuta consiste em familiarizar o
paciente em relação aos seus problemas, esclarecendo acerca das implicações e
consequências do diagnóstico de TEPT. Conforme a autora, as formas de tratamento
da TCC (psicoeducação, exposição e reestruturação cognitiva) para o TEPT podem
variar de acordo com a ênfase que o profissional dará a cada um deles. Sendo
assim, os profissionais precisam estar habilitados a desenvolver um atendimento
especializado, com vistas na detecção precoce de sintomas e consequentemente na
minoração de agravos a saúde física e mental das mulheres em situação de
violência doméstica.
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