Terapia de Aceitação e Compromisso: É uma proposta de Intervenção Cognitivista?
Costa, N. (2012). Terapia de aceitação e compromisso: É uma proposta de intervenção cognitivista?. Perspectivas em análise do comportamento, 3(2), 117-126.
Resenhado por Franciely Santos
A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) foi fundada
em 1987 por Steven Hayes e colaboradores, faz parte da terceira geração das
terapias cognitivo-comportamentais. Essa geração tem seu foco em estratégias de
mudanças contextuais e experienciais. Nessa perspectiva, a ACT trabalha a
partir da concepção que o sistema verbal, a depender do modo que é concebido,
leva ao sofrimento, assim, a mesma se apresenta como um modelo de saúde e não
de doença.
Em outro momento, a ACT foi definida como abordagem
contextual de intervenção. Atualmente, tem a percepção de que o sofrimento é
originado pela inflexibilidade psicológica gerada pela esquiva experiencial e
fusão cognitiva. Está pautada também no contextualismo funcional que consiste
em predizer e influenciar organismo no e com um contexto histórico e
circunstancial. Além disso, essa teoria está apoiada na teoria dos quadros
relacionais (RFT) que estuda aspectos da linguagem e da cognição, acredita que
as relações humanas são feitas de relações arbitrárias, ou seja, de forma
indireta.
Os conceitos-chave da intervenção na ACT são evitação
ou esquiva experiencial (tentar evitar ou controlar os eventos psicológicos) e
a fusão cognitiva (fusão de pensamentos e palavras). A partir disso, essa
teoria tem os objetivos de aceitar, escolher e agir. Em se tratando da
aceitação, pode ser entendida como uma ação de experimentar todo e qualquer
evento psicológico sem julgamentos, enquanto a fusão está relacionada a
diminuição dos efeitos literais da linguagem, ou seja, diminuir a sensação de
que o evento verbal fosse o evento em si.
Com isso, a ACT é caracterizada como um tratamento centrado nas ações valorizadas pelo cliente. A abordagem considera o sofrimento como algo natural, apontando que o sofrimento psicológico é ocasionado pela resistência a ele. A terapia propõe análise funcional dos comportamentos do paciente, flexibilização a reação do mal-estar e aceitação dos eventos privados (Luciano et al., xxxx). Além disso, a ACT apresenta aspectos tanto da teoria cognitivista quanto da comportamental, mas ainda gera contradições a respeito. O artigo conclui que apesar do uso do termo “cognição” essa proposta se mantém fiel a interpretação dos eventos psicológicos de Skinner, e trata as cognições como variáveis dependentes.
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