Associação entre índice de massa corporal e depressão em mulheres adolescentes
Ocampo, J., Guerrero,
M., Espin, L., Guerrero, C., & Aguirre, R. (2017). Association between body mass index a depression in
sdolescent women/ Asociacion entre indice de masa corporal y depresion en mujeres adolescentes. International Journal
of Morphology, 35(4), 1547.
Resenhado por Franciely
Santos
É comum o uso do Índice de Massa Corporal (IMC) para identificação de
sobrepeso e obesidade. Os resultados do IMC se classificam em baixo peso, peso
normal, sobrepeso e obesidade, sendo este último, um problema de saúde pública
que vem tomando grandes proporções no decorrer dos anos. A obesidade se refere
ao acúmulo excessivo de gordura a ponto de se tornar um prejuízo à saúde e pode
aumentar o risco do desenvolvimento de doenças crônicas. Além disso, há uma
relação direta entre obesidade e depressão, e o público mais acometido são as
mulheres.
A adolescência é uma etapa do desenvolvimento muito afetada pelo aspecto
físico, e este, por sua vez, exerce influência no autoconceito. O sobrepeso e a
obesidade contribuem para maior insatisfação com o corpo. Diante desse cenário,
esta pesquisa teve como objetivo analisar a associação existente entre IMC e
depressão em mulheres adolescentes das unidades de ensino do Distrito
Metropolitano de Quito, Equador.
Tratou-se se um estudo observacional e transversal, com amostra de 184
adolescentes com idade entre 14 e 19 anos. O peso e altura das participantes
foram mensurados e foi utilizado o Inventário de Depressão de Beck (BDI) para
constatar os sintomas depressivos. De acordo com os resultados obtidos, viu-se
que 27,22% das adolescentes apresentaram sobrepeso e obesidade, sendo com maior
frequência no grupo de 19 anos. Em se tratando dos aspectos psicológicos,
25,56% da amostra apresentou distúrbios de humor leve a depressão grave. Ao
comparar as médias do BDI entre as adolescentes de peso normal e sobrepeso e
obesidade, foi visto que houve diferença estatisticamente significativa e um
valor de risco relativo a 8,55.
É notório que há uma tendência da
população em geral ao excesso de peso, inclusive nos adolescentes. O período de
transição para fase adulta, a inserção em novos espaços como trabalho e/ou
universidade e às mudanças sociais, podem explicar há maior prevalência nas
meninas de 19 anos. O autoconceito físico e a constante preocupação com a
imagem corporal justifica a relação entre IMC e depressão. Esses aspectos são
mais intensos nas adolescentes por diversas questões culturais. O estudo
observou ainda que as adolescentes que apresentavam sobrepeso tinha 8,55 vezes
mais chances de terem depressão.
Dessa forma, o estudo contribui para
a Psicologia da Saúde por trazer associações importantes entre construtos
psicológicos, depressão e sobrepeso. Com isso, intervenções podem ser
elaboradas e direcionadas ao público mais afetado, visando melhores resultados
e mudanças nas crenças que as adolescentes apresentam sobre seu corpo e sobre a
percepção de um corpo ideal
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