Qualidade de vida, humor deprimido e autoestima em adolescentes com doença cardíaca
Quality
of Life, Depressed Mood, and Self-Esteem in Adolescents With
Heart
Disease
Cohen, M.,
Mansoor, D., Langut, H., & Lorber, A. (2007). Quality of life, depressed
mood, and self-esteem in adolescents with heart disease. Psychosomatic
Medicine, 69(4), 313–318. https://10.1097/psy.0b013e318051542c
Resenhado
por Geovanna Turri
Medidas
diagnósticas e terapêuticas avançadas para cardiopatias congênitas e adquiridas
têm levado a uma proporção cada vez maior de pacientes que chegam à
adolescência e à idade adulta. Tais doenças cardíacas variam em gravidade e são
frequentemente classificadas em estados leves, moderados e graves. Essas três
categorias de gravidade da doença podem ter resultado de intervenções
cirúrgicas ou terapia conservadora. Viver com uma doença cardíaca tem muitas
consequências psicossociais para os adolescentes, a exemplo de maiores níveis
de sofrimento psicológico e problemas comportamentais. Vários estudos buscam
identificar os fatores que estão relacionados a maior sofrimento psicológico e
pior ajustamento psicossocial em adolescentes com doenças cardíacas. Diante da
relevância do tema, os autores deste trabalho buscaram avaliar a qualidade de
vida relacionada à saúde, o humor deprimido e a autoestima em adolescentes com
doenças cardíacas e compará-los com adolescentes saudáveis (grupo controle).
No
total, 90 adolescentes de 12 a 18 anos com doença cardíaca congênita ou adquirida
e 87 adolescentes do grupo controles completaram os questionários Qualidade de Vida
Relacionada à Saúde, um inventário de depressão e o questionário de autoestima
de Rosenberg. Além disso, também foram coletados detalhes médicos relevantes e
os pacientes e seus pais foram convidados a avaliar a percepção de gravidade da
doença cardíaca.
Adolescentes
com doença cardíaca grave relataram níveis mais elevados de humor deprimido e
baixa autoestima quando comparados com adolescentes com doença cardíaca
moderada e leve, e do grupo controle (saudáveis). Adolescentes com doença
cardíaca grave também relataram pior qualidade de vida relacionada à saúde quando
comparados àqueles com doença moderada e leve. De acordo com a análise de
regressão múltipla, 44% da variância do instrumento de qualidade de vida foi
explicada pelas variáveis do estudo. Só a gravidade da doença explicou 11% da
variância, mas quando inseridas com as demais variáveis do estudo, o humor
deprimido, a autoestima e a percepção da gravidade da doença foram os únicos
contribuintes significativos para a variância explicada do instrumento que
avaliou qualidade de vida relacionada à saúde. Uma análise de mediação
exploratória utilizando o teste de Sobel foi aplicada e mostrou que o humor
deprimido e a gravidade percebida da doença mediaram a relação entre a
gravidade da doença e qualidade de vida.
Em
suma, escores mais baixos de qualidade de vida foram encontrados em
adolescentes com doença cardíaca grave. Para a psicologia da saúde, fatores
psicossociais demonstram ter um efeito significativo sobre o estado psicológico
positivo e negativo dos adolescentes, devendo assim ser abordados e tratados
desde o diagnóstico do quadro, assim como visto nos resultados deste estudo
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