Associação da função familiar e o risco de suicídio em adolescentes com histórico de comportamentos autolesivos: papel mediador do bem-estar subjetivo e da depressão
Chen, M., Zhou, Y., Luo, D., Yan, S., Liu, M., Wang, M., Li, X., Yang, B. X., Li, Y., Liu, L. Z. (2023). Association of Family function and suicide risk in teenagers with a history of self-harm behaviors: Mediating role of subjective wellbeing and depression. Frontiers in Public Health, 11, 1164999. 10.3389/fpubh.2023.1164999.
Jucimara Cabral de Santana
Os
comportamentos autolesivos são atitudes que causam danos ao próprio corpo e
podem ser categorizados em: sem a intenção suicida e com o objetivo do
suicídio. A emissão desses comportamentos autolesivos tem maior prevalência na
adolescência, iniciando entre os 12 aos 14 anos de idade. Essa fase do
desenvolvimento pode ser caracterizada como estressora, como as mudanças biológicas,
hormonais, físicas, sociais. Desse modo, a autolesão pode ser emitida com
funções de comunicação social, regulação emocional diante das vivências
estressoras na adolescência. Este estudo buscou identificar fatores de risco ao
suicídio entre adolescentes com o histórico de autolesão mediado pela variável
de distúrbios emocional que se relaciona a alterações nas emoções em um nível
disfuncional, bem-estar subjetivo que se refere a fenômenos que geram
satisfação com a vida, risco ao suicídio ou condutas autolesivas e função
familiar que é a relação familiar.
Esta
é uma pesquisa transversal que contou com 913 participantes adolescentes
Chineses e seus cuidados com o histórico de comportamentos autolesivos. Foram utilizados: Family Adaptation,
Partnership, Growth, Affection, and Resolve Index foi usado para avaliar a
função familiar desses adolescentes os questionários PHQ-9 e GAD-7 buscaram
mensurar as variáveis depressão e ansiedade dos participantes e seus pais.
Outros instrumentos utilizados foram a Delighted Terrible Faces Scale
para avaliar o bem-estar subjetivo, e a Suicidal Behaviors
Questionnaire-Revised para analisar o risco de suicídio.
Dentre
os resultados encontrados pela pesquisa, foi identificado condutas autolesivas
(comportamentos de dano ao próprio corpo) em 78,6% dos participantes e desse
quantitativo 90% apresentaram sintomas de transtornos psiquiátricos. Além
disso, houve uma relação significativa entre a função familiar, depressão e
bem-estar subjetivo associados ao risco do suicídio. O estudo indicou que
quanto menor a função familiar, maior suscetibilidade a problemas emocionais,
ao mesmo tempo que a coesão familiar pode se tornar um fator protetivo ao
suicídio.
O
estudo evidenciou a importância de estratégias interventivas como educação para
a depressão, além de programas que promovam aumento na função familiar e no
bem-estar subjetivo para os adolescentes, como forma de prevenir e intervir nos
comportamentos autolesivos. A Psicologia da Saúde é uma área que estuda os
fenômenos psicológicos relacionados ao processo de saúde/doença e pode atuar na
identificação dos fatores de risco que levam a autolesão. Esse é um método
eficaz para a educação em saúde em casos de depressão na adolescência, além de
vislumbrar práticas e a fomentação da coesão familiar, são práticas
interventivas que essa área pode desenvolver na unidade básica de saúde.
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