O impacto do estresse e controle percebidos nos transtornos de ansiedade e humor na dor torácica não cardíaca
Rosenbaum,
D. L., White, K. S., & Gervino, E. V. (2012). The impact of perceived
stress and perceived control on anxiety and mood disorders in noncardiac chest
pain. Journal of health psychology, 17(8), 1183-1192.
https://doi.org/10.1177/1359105311433906hpq.sagepub.com
Resenhado por Luíza Ramos
Dor
torácica não cardíaca (DTNC) diz respeito à dor torácica sem doença cardíaca
isquêmica detectável. Essa condição representa um problema de saúde pública uma
vez que está associada a altas taxas de procura de cuidados de saúde e
interrupção das atividades diárias. Estudos apontam que o estresse e o controle
percebidos podem contribuir para o desenvolvimento da dor no peito e estão
relacionados a sintomas de depressão e ansiedade em pacientes com DTNC. Dessa
forma, o objetivo do texto foi esclarecer e ampliar o entendimento sobre a
relação entre estresse e controle percebido no desenvolvimento de transtornos
de ansiedade e humor em pacientes com dor torácica não cardíaca.
A amostra
consistiu em 113 pessoas, todos pacientes que se apresentaram a um departamento
de cardiologia afiliado a uma universidade americana como parte de um estudo
sobre DTNC. A maior parte (61%) era do sexo feminino. Aproximadamente 41% dos
participantes apresentaram sintomas de ansiedade clinicamente significativos e
os diagnósticos mais comuns foram Fobia Social, Fobia Específica, Transtorno de
Ansiedade Generalizada e Transtorno do Pânico. Em 13% dos participantes,
transtornos de humor clinicamente significativos foram diagnosticados. Níveis
elevados de estresse foram encontrados, bem como baixo controle percebido,
conforme pesquisas anteriores sugerem.
A ausência de um diagnóstico
cardíaco definitivo pode contribuir para o aumento do estresse para aqueles que
continuam a apresentar dor torácica após avaliação cardíaca negativa, além de
impactar os níveis de controle percebido em relação ao funcionamento somático.
O controle e o estresse percebidos foram associados à ansiedade e à depressão.
Ademais, podem implicar em mudanças nos níveis de funcionamento da dor. Por
outro lado, estresse e controle percebido não foram significativamente
relacionados entre si. O controle percebido pode ser de importância secundária
para o estresse, principalmente na compreensão da ansiedade em pacientes que
não se identificam como uma população psiquiátrica.
A análise da percepção do estresse e
do controle percebido é de suma importância para a Psicologia da Saúde, uma vez
que pode contribuir para uma maior compreensão do desenvolvimento e manutenção
dos sintomas ansiosos e depressivos, possibilitando que estratégias sejam
desenvolvidas de modo mais específico para essa população.
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