Cyberbullying, agressão cibernética e seu impacto na vítima - o professor

Cyberbullying, cyber aggression and their impact on the victim - the teacher.

Kopecký, K., & Szotkowski, R. (2017). Cyberbullying, cyber aggression and their impact on the victim - the teacher. Telematics and Informatics, 34(2), 506-517. doi: 10.1016/j.tele.2016.08.014

Resenhado por Geovanna Turri

O cyberbullying tem conceituação baseada nas definições existentes de bullying, o qual é percebido como atos ou comportamentos agressivos, intencionais e repetidos, realizados contra um indivíduo ou grupo que não pode se defender facilmente. Entre as definições mais conhecidas de cyberbullying está a que o define como um ato deliberado e repetitivo de atividades prejudiciais que ocorrem por meio de um computador, telefone celular ou outros dispositivos eletrônicos. Nos últimos anos tem sido registrado um alto número de casos de bullying e cyberbullying destinados a professores de escolas primárias e secundárias, tanto por meio de alunos, como por meio de seus pais. O cyberbullying é emocionalmente prejudicial para a saúde do professor, podendo causar tensão, medo, estresse, baixa autoestima, depressão, distúrbios do sono, pensamentos suicidas, instabilidade mental, aumento de impulsividade e agressividade, dentre outros sintomas que interferem na vida pessoal e profissional de uma pessoa. Diante disso, Kopecký e Szotkowski (2017) buscaram investigar os impactos do cyberbullying e da agressão cibernética na vida de professores.  
Os autores utilizaram um questionário online anônimo que foi direcionado a professores de escolas primárias e secundárias. A pesquisa teve uma amostra total de 5.136 professores entrevistados de ambos os sexos, com idade média de 46 anos. Os pesquisadores criaram um questionário que visava investigar as informações sobre a prevalência de cyberbullying e ataques cibernéticos nas escolas. O questionário foi composto por cinco seções contendo 44 itens focados em identificar as informações demográficas sobre os entrevistados e a instituição em que trabalham; identificação da prevalência de ataques cibernéticos contra professores; informações sobre os autores dos ataques, estratégias empregadas nos ataques a professores e também informações sobre como o cyberbullying do professor foi resolvido.
Os resultados revelaram que 1118 professores foram vítimas de algumas das formas de cyberbullying e 318 já sofreram ao menos um ataque cibernético durante os últimos 12 meses, porém ao ampliar o período de tempo para mais de 12 meses, 754 dos professores entrevistados confirmaram que foram vítimas de um ataque cibernético. No entanto, esses dados incluem também incidentes únicos que não foram repetitivos. O cyberbullying com período superior a uma semana foi comprovado em metade dos professores (55,8%). No ciberespaço, os professores frequentemente se tornam vítimas de agressão verbal, particularmente humilhante, insultos e calúnias. Outras formas generalizadas de ataques relatados incluem: assédio por telefone, ameaças, intimidação ou divulgação de fotos humilhantes. Quanto à maneira mais comum pela qual os professores respondem à agressão cibernética, foram relatadas emoções como raiva acompanhada de tristeza, além de insegurança e relutância em ir trabalhar.
Em suma, os autores concluíram que passar por uma agressão cibernética ou cyberbullying apresenta impactos sobre os professores - tanto na área emocional quanto na fisiológica e comportamental. No caso de ataques de longo prazo, os professores podem desenvolver uma variedade de problemas de saúde, como dores de cabeça, dor no estômago, dificuldade para dormir, concentração diminuída, etc. O presente trabalho revela sua importância para a Psicologia da Saúde ao mostrar a relevância de ações que visem controlar situações de agressão cibernética e cyberbullying que podem levar ao adoecimento físico e psicológico de professores.

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