Depressão em professores: Revisão integrativa da literatura



Resenhado por Gabriela de Queiroz

Galinari, P. C., de Castro, J. M., da Costa Martins, R. E., Azevedo, M. A., de Castro Oliveira, T. V., de Souza Proti, E., ... & Costa, W. J. T. (2020). Depressão em professores: Revisão integrativa da literatura. Revista Eletrônica Acervo Enfermagem2. doi: 10.25248/reaenf.e2546.2020


            A depressão é caracterizada por um conjunto de sintomas psicológicos e fisiológicos, com diversos níveis de intensidade, que podem aparecer de forma episódica ou contínua. Comumente, é acompanhada pela incapacidade de realizar tarefas diárias, por no mínimo duas semanas, além de ser definida por sentimentos de tristeza persistente, humor deprimido e perda de interesse em afazeres que costumavam ser satisfatórios. Seus sintomas podem ser caracterizados em quatro categorias: físicos (redução da atividade física, sono), emocionais (tristeza, desesperança), motivacionais (baixa energia) e cognitivos (culpa, dificuldade em solucionar conflitos).
            Transtornos mentais, tais como a depressão, são considerados a terceira causa de afastamento do trabalho no Brasil. No ambiente laboral, a sobrecarga e o conflito de interesses, contribuem para o desequilíbrio e o esgotamento, que levam ao agravamento das condições de saúde mental. No caso dos professores, é possível afirmar que algumas das pressões que sofrem tendem a interferir na duração da carreira; além disto, um dos principais fatores de risco aos transtornos mentais em professores é a baixa remuneração, situação que os leva a trabalhar em mais de uma instituição de ensino ou a cumprirem longas jornadas de trabalho.
            Estudos apontam que professores deprimidos no ambiente escolar, podem tornar o ensino pesado e negativo, por isso buscam demonstrar a importância em pesquisar sobre a depressão nesta classe de profissionais, uma vez que afeta o bem-estar dos mesmos, interferindo nos processos de trabalho, incluindo o processo de ensino-aprendizagem, o que impacta diretamente nos estudantes. Diante disso, o presente estudo buscou sistematizar resultados de investigações relacionadas a prevalência de depressão em professores.
            Foi realizada uma revisão sistemática da literatura, cuja coleta de dados ocorreu em setembro de 2019, utilizando os descritores: depressão, professores e saúde ocupacional. A amostra final foi composta por cinco artigos, nos quais as temáticas centrais foram a prevalência de depressão em professores e o afastamento do trabalho relacionado à depressão. Os achados apresentam que a maior ocorrência de depressão e sintomas ansiosos, concentra-se em professores com idades superiores a 40 anos e do sexo feminino, bem como constatou-se que a depressão se destaca como a principal causa de afastamento do trabalho relacionada à transtornos mentais.
            Portanto, é possível considerar primeiramente a importância de criação de medidas preventivas frente à depressão, uma vez que suas consequências são de âmbito pessoal e também coletivo, uma vez que os professores atuam diretamente na qualidade de ensino. Assim, é possível pensar na atuação do psicólogo na criação de tais estratégias preventivas, uma vez que é considerado o profissional que se dedica ao estudo e desenvolvimento de práticas promotoras de saúde nos mais diversos espaços, podendo elaborar intervenções no ambiente acadêmico que possam contribuir para a manutenção da saúde mental e melhor ajustamento psicológico dos professores.

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