Dor, incapacidade e catastrofização em indivíduos com osteoartrite de joelho

 

Silva, N., Cardoso, S., Andrade, E., Battistela, R & Alfieri, F. (2020). Dor, incapacidade e catastrofização em indivíduos com osteoartrite de joelho. Jornal da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor, 3, 1–6. doi: 10.5935/2595-0118.20201193.

Resenhado por Catiele Reis

 

A osteoartrite (AO) do joelho está entre as principais causas de incapacidade crônica e pode ter como consequência a depressão, ansiedade e catastrofização, sintoma no qual há a intensificação da percepção da dor, prejudicando a adesão ao tratamento e piorando drasticamente a qualidade de vida das pessoas. O objetivo deste estudo foi investigar a influência da catastrofização da dor nas atitudes e na percepção da dor e a funcionalidade de indivíduos com osteoartrite do joelho.

Participaram 18 indivíduos, os quais foram avaliados quanto ao peso e à estatura, e responderam a Escala de Pensamentos Catastróficos sobre a Dor (EPCD), o Inventário de Atitudes frente à Dor (IAD), a Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index (WOMAC) e escala analógica visual (EAV). Os sintomas e a incapacidade foram avaliados pelo Índice de Lequesne, a mobilidade funcional foi avaliada pelo teste Timed Up and Go (TUG). Os limiares de tolerância à dor à pressão (LTDP) foram avaliados por um algômetro digital.

Os resultados apontaram que a média do índice de massa corporal da amostra foi classificado como obesa (32,2±4,3). Quando divididas pela mediana do EPCD, foram observadas diferenças na maioria dos domínios das atitudes frente à dor. Notou-se que os pacientes com maiores pontuações na escala de pensamentos catastróficos demoraram mais para realizar o TUG e apresentaram mais dor, rigidez articular e pior funcionalidade (WOMAC). Ainda que pacientes acima do escore mediano do EPCD tenham apresentado tendencia de relatar mais dor (EAV), não foram observadas diferenças entre os grupos com maior ou menor catastrofização em relação aos LTDP. Foram observadas associações positivas e significantes entre o fator ruminação da EPCD e o WOMAC, bem como entre o fator Desesperança e TUG, Lequesne e WOMAC.

            Por fim, conclui-se que quanto mais alta a presença de pensamentos catastróficos em pacientes com OA de joelho, piores são suas atitudes em relação à dor e sua funcionalidade física.



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