Percepções de doença e coping na doença pulmonar obstrutiva crônica: Efeitos na qualidade de vida relacionada à saúde

 

Illness perceptions and coping with disease in chronic obstructive pulmonar disease: Effects on health-related quality of life

 

 

Vaske, I., Kenn, K., Keil, D. C., Rief, W., & Stenzel, N. M. (2016). Illness perceptions and coping with disease in chronic obstructive pulmonar disease: Effects on health-related quality of life. Journal of Health Psychology, 22(12), 1570-1581. doi: 10.1177/1359105316631197

 

Resenhado por Luana C. Silva-Santos

 

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) trata-se de uma doença progressiva e caracterizada principalmente por limitação do fluxo de ar, que não é totalmente reversível e causa principalmente dispneia, aumento da produção de muco e tosse. A promoção de qualidade de vida é de particular importância no contexto das doenças crônicas em geral, na qual há busca pela minimização dos impactos causados pela doença na vida diária e no bem-estar em geral. Nesse sentido, o coping tem papel fundamental enquanto mecanismo de enfrentamento a situações estressoras.

Vaske, Kenn, Keil, Rief e Stenzel (2016) objetivaram analisar a influência da percepção da doença e o coping na qualidade de vida de indivíduos com DPOC. A amostra final contou com 444 participantes, que responderam de forma online uma pesquisa contendo dados sociodemográficos (idade, gênero, estado civil, ser fumante), estado atual da DPOC (grau de severidade e tempo de diagnóstico), percepções sobre a doença (Ilness Perceptions Questionnaire, IPQ), coping (Essener Coping Questionnaire) e qualidade de vida relacionada à saúde (Short Form Health Survey). Foram realizadas uma análise multivariada de variância (MANOVA) com testes post-hoc (Games-Howell), duas regressões múltiplas (com desfechos saúde física e saúde mental) e duas análises de mediação (a pontuação total da IPQ entrou como preditora e as subescalas de coping como potenciais mediadores).

Os autores observaram que a percepção da doença e o coping foram preditores da qualidade de vida relacionada à saúde, enquanto a relação entre a percepção da doença e a qualidade de vida relacionada à saúde foi mediada pelas subescalas de coping. Tais resultados denotam a importância do coping em situações estressoras que envolvem doenças crônicas e seu papel no ajuste da qualidade de vida relacionada à saúde naquele momento de vida do indivíduo. Treinar o uso de estratégias de coping no tratamento destes indivíduos torna-se ferramenta importante não só no âmbito da psicologia, mas de todo o acompanhamento multidisciplinar do paciente, melhorando sua percepção de estado de saúde e seu nível de qualidade de vida relacionado à saúde.

 


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