Comportamento suicida e religiosidade em estudantes de psicologia
Silva, M.C., &
Faro, A.. (2020). Comportamento suicida e religiosidade em estudantes de
psicologia. Mudanças – psicologia da saúde, 28(1), 35-42. https://doi.org/44.351.146/0001-57
Resenhado
por Catiele Reis
Este
estudo teve o objetivo geral de aferir os níveis de comportamento suicida entre
os estudantes de Psicologia e, especificamente, relacioná-los com a avaliação
da religiosidade por entendê-la como um importante fator protetivo contra o
suicídio. A amostra foi constituída por 129 discentes de uma Universidade
pública do estado de Sergipe, de ambos os sexos e idades entre 17 e 53 anos
escolhidos por critério de conveniência. O único critério de inclusão
estabelecido foi estar devidamente matriculado no curso.
A avaliação do comportamento suicida
foi feita através do Questionário de Comportamentos Suicidas Revisado (Suicide
Behavior Questionnaire Revised - QCS-R), validado por Osman et al. (2001). E, para
a avaliação da religiosidade se empregou o Índice de Religiosidade de Duke
(DUREL), desenvolvido por Koenig, Meador e Parkerson (1997) e validado no
Brasil por Taunay et al. (2012). Adicionalmente, aplicou-se um questionário
sociodemográfico contendo informações como sexo, idade e período do curso dos
participantes. A análise de dados foi feita através do programa estatístico SPSS.
Os
principais achados deste estudo revelaram índices preocupantes de ideação,
tentativas e intenções futuras de suicídio entre os alunos mais jovens do curso
de Psicologia. Entretanto, encontrou-se achados interessantes relativos à
comunicação do ato, caso se considere a possibilidade de intervenções. A
hipótese de que a religiosidade se expressaria como um fator de proteção contra
o comportamento suicida foi corroborada, constatando-se que a prática religiosa
aparentou inibir ou reduzir o surgimento de comportamentos de risco ao
suicídio.
Percebeu-se
que exercer a religiosidade em algum nível, seja ele organizacional,
não-organizacional ou intrínseco, atuou como um fator protetivo ao suicídio,
tendo isso sido evidenciado nas relações com todos os itens do QCS-R. Houve
indícios de que possuir uma prática religiosa se constitui como um importante
fator protetivo em saúde e costuma atuar como uma estratégia de enfrentamento
para uma série de condições clínicas, além de estar associada a bons índices de
qualidade de vida, bem-estar e outros benefícios.
Os
autores esperam que os achados possam servir como um sinal de alerta para que
as instituições de ensino promovam ações preventivas e de enfrentamento para
essas questões. Por fim, espera-se que os gestores das universidades se
mobilizem para oferecer recursos que possam preparar os jovens universitários
para as possíveis dificuldades que poderão enfrentar na academia, visto que os
índices de óbito por suicídio nesta população têm crescido perigosamente
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