Impacto de práticas parentais de peso e dieta na imagem corporal de adolescentes do sexo feminino
Guimarães,
T.J., Perez, A., & Dunker, K.L.L. (2020). Impacto de práticas parentais de
peso e dieta na
imagem corporal de
adolescentes do sexo feminino. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 69(1).
doi: https://doi.org/10.1590/0047-2085000000262
Resenhado por
Ariana Moura
O
sobrepeso e a obesidade pediátrica são considerados um problema mundial de
saúde pública. Além das consequências físicas, crianças e adolescentes acima do
peso apresentam sofrimento emocional e baixa autoestima, já que sofrem preconceito
na escola. Práticas parentais e seus efeitos nos comportamentos dos filhos têm
sido discutidos pela literatura. A menor frequência de refeições em família e o
comportamento dos pais durante as refeições têm sido associados a uma maior
predisposição ao ganho de peso. Portanto, intervenções focadas na prevenção
desses problemas devem incluir a participação dos paise também o estudo
anterior de práticas parentais que possam ser prejudiciais, para que ações
educativas possam ser direcionadas a esse grupo e, dessa forma, influenciar de
forma positiva a relação com comida e corpo de crianças e adolescentes.
O objetivo do
estudo foi avaliar as práticas parentais relacionadas a alimentação e sua
relação com a insatisfação da imagem corporal em adolescentes. A pesquisa foi
realizada com 270 adolescentes do sexo feminino de escolas públicas de São
Paulo. Dados antropométricos, nível econômico, insatisfação com a imagem
corporal, autoestima e práticas parentais sobre a ótica das adolescentes quanto
à alimentação e corpo foram coletados.
Nos
resultados observou-se que as adolescentes com insatisfação corporal estavam
acima do peso, tinham média/baixa autoestima, sofriam provocações relativas ao
peso e faziam menos refeições em família. Além disso, apenas os comentários
negativos sobre o peso da filha foram considerados como um fator de risco para
a insatisfação corporal.
Tendo
em vista que os resultados indicaram que as práticas parentais pela percepção
das filhas podem ter influências diferentes na insatisfação corporal, tanto a
mãe como o pai devem ser incluídos em ações na prevenção de problemas
relacionados ao peso em crianças e adolescentes. Essas intervenções devem focar
no incentivo às refeições em família, atentando para a importância do modelo
dos pais à mesa, evitando o incentivo à restrição alimentar e comentários sobre
peso e forma. Os pais devem estimular um ambiente de tranquilidade, comunicação
e aceitação, para que, dessa forma, se construa uma autoestima e autoimagem
positiva.
Este
estudo contribui à Psicologia da Saúde por oferecer indícios de que as práticas
parentais referentes à alimentação podem ter influência no excesso de peso e,
portanto, no surgimento de transtornos alimentares em adolescentes do sexo
feminino. Levando em conta que a obesidade é uma questão de saúde pública é
imprescindível que os psicólogos da saúde juntamente com os profissionais da
nutrição proponham e executem intervenções individuais e familiares, a fim de
educar as famílias a respeito da importância dos hábitos alimentares e sua
relação com a saúde mental
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