Escala de Estresse Traumático Secundário: Análise fatorial confirmatória com uma amostra nacional de defensores das vítimas
The Secondary Traumatic Stress Scale: Confirmatory
factor analyses with a national sample of victim advocates
Benuto, L. T., Yang, Y., Ahrendt,
A., & Cummings, C. (2018). The Secondary Traumatic Stress Scale: Confirmatory
factor analyses with a national sample of victim advocates. Journal of Interpersonal Violence, 00(0), 1-20. https://doi.org/10.1177/0886260518759657
Resenhado
por Luana C. Silva-Santos
Estresse
Traumático Secundário (ETS) é um padrão de sintomas psicológicos que se
aproxima dos sintomas do Transtorno de Estresse Pós-Traumático e ocorre geralmente
em profissionais expostos aos indivíduos que sofreram traumas, os defensores
das vítimas. Tais profissionais são atuantes na linha de frente de apoio às
vítimas de situações traumáticas, como crimes e violência interpessoal, como
enfermeiras, psicólogos, psiquiatras e médicos emergencistas. Considerado um
fenômeno de alta prevalência nos profissionais e ainda negligenciado pela
literatura, o ETS caracteriza-se pela re-experiência pelos profissionais dos
eventos traumáticos de seus clientes, por meio de pensamentos, sentimentos e
imagens. Esta re-experiência gera sintomas como exaustão, hipervigilância,
evitação e entorpecimento. Dada a relevância de haver instrumentos eficazes de
rastreio do ETS, Benuto, Yang, Ahrendt e Cummings (2018) objetivaram avaliar as
propriedades psicométricas da Escala do Estresse Traumático Secundário (EETS)
em uma amostra de profissionais defensores de vítimas.
Participaram
135 sujeitos, com idade média de aproximadamente 38 anos (Média = 37,96; Desvio Padrão
= 12,71), em sua maioria mulheres (94%, n
= 126). A EETS é um questionário de autorrelato de 17 itens utilizado para
avaliar a frequência dos sintomas em três subescalas: intrusão, evitação e
excitação, todas especificamente relacionadas à prestação de serviços a vítimas
de trauma. O alfa de Cronbach indicou alta consistência tanto na escala em
geral (α = 0,93) como nas três subescalas (α = 0,80, 0,85, 0,79, para as
subescalas intrusão, evitação e excitação, respectivamente). Os resultados
indicaram que tanto o modelo de fator único quanto o modelo de três fatores
eram equivalentes. Embora seja necessário trabalho teórico adicional sobre o
construto, a EETS demonstrou alta confiabilidade com essa população e,
portanto, pode ser usado como parte da avaliação do ETS entre os defensores das
vítimas.
Este
estudo representa uma primeira tentativa de validar uma medida de ETS entre os
defensores das vítimas, uma população única e pouco estudada que está em risco
de desenvolver ETS devido ao seu trabalho com indivíduos que sofreram violência
interpessoal. O estabelecimento de medidas eficazes, fáceis de administrar e
eficientes de ETS é importante, visto que essa população encontra traumas
secundários regularmente no contexto de seu trabalho e, se adoecidos, aumentam
os índices de absenteísmo e esgotamento, por exemplo
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