Modelos de Comportamento: A Teoria da Ação Planejada
Resenhado por Laís Santos
Stroebe,
W. &Stroebe, M.S. (1995). Psicologia
Social e Saúde. Instituto Piaget. 50-70.
A Teoria da Ação Planejada (TAP) foi
desenvolvida,em 1988, por Ajzen, a fim de suprir as limitações existentes na Teoria
da Ação Racional (TAR), a saber: a influência de outros fatores na previsão de
comportamentos futuros, como por exemplo, o comportamento passado. Esse modelo
tem uma estrutura semelhante, porém, com um fator adicional: a percepção de
controle comportamental. Ela é similar ao construto da autoeficácia, pois, diz
respeito ao entendimento das pessoas a respeito de sua capacidade de executar
certas ações.
A percepção de controle pode agir de
forma indireta, ou seja, influenciando as intenções comportamentais que por sua
vez influenciarão o comportamento futuro. De forma simplificada, quando os
sujeitos não tem a capacidade ou a oportunidade de realizar determinado
comportamento, a percepção de controle volitivo age ajustando as intenções. A
forma direta não mediada pelas intenções (percepção de controle-comportamento)
pode ocorrer, porém, é menos comum. É importante salientar que na relação
indireta há uma causalidade e na relação diretahá, na verdade, uma influência
mediante a falta de controle efetivo.
A relação direta pode ser
exemplificada na seguinte situação: se um sujeito gosta de nadar todas as
tardes, porém, trabalha como guia turístico, portanto, tem consciência de que
por conta do trabalho em alguns momentos não vai poder praticar o esporte que
ele mais gosta. Essa avaliação realista do nível de controle é um fator
adicional para a previsão do comportamento de nadar que não é mediado pelas intenções.
A relação indireta é ilustrada pelo seguinte exemplo: quando um estudante
percebe, mediante experiências anteriores, que não conseguem alcançar notas tão
altas ele acaba ajustando suas intenções e objetivos a níveis mais realistas.
Os autores colocam que há fatores
externos e internos ao indivíduo influenciando a sua percepção. Como fatores
externos, podemos explicitar a oportunidade e a dependência dos outros. Por
fatores internos, temos a informação, aptidões, impulsos, compulsões e
capacidade. Comportamentos relacionados com a saúde, como a prevenção de
doenças, não dependem apenas do controle volitivo do sujeito, mas também da
percepção da facilidade ou dificuldade em desempenhar determinado
comportamento.
No que diz respeito à validação empírica,
este modelo mostrou-se mais eficaz que a teoria da ação
racional. No que tange à influência da percepção de controle aumentando a
previsibilidade das intenções e dos comportamentos, há uma correlação de 0,71 e
0,51, respectivamente. Para que essa teoria possa interferir na previsão e
modificação de determinados comportamentos, faz-se necessário uma influência
relevante nas atitudes, normas e percepções. Em outras palavras, não basta dar
maior atenção às atitudes, ou às normas, é necessário também, tentar abarcar os
três itens na tentativa de obter melhores resultados.
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