Bem-estar subjetivo: Aspectos conceituais

Resenhado por Catiele Reis

Costa, L.S.M., & Pereira, C.A.A. (2007). Bem-estar subjetivo: Aspectos conceituais. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 59(1), 72-80.

O objetivo do presente texto foi o de organizar e apresentar, de forma crítica, os vários conceitos acerca do bem-estar subjetivo.  Sabe-se que este é um constructo muito utilizado pela psicologia positiva, porém, seu conceito ainda não é um consenso. Alguns autores consideram o termo como sinônimo de “qualidade de vida percebida”, outros preferem associá-lo com os termos felicidade, prazer ou satisfação com a vida. No Brasil os estudos sobre o bem-estar subjetivo começaram por volta do ano de 1993, mas só adquiriu maior impulso a partir do ano 2000, sendo percebido, inicialmente, sob três aspectos principais: a) “estar no controle de sua vida”, b) estado e c) traço.
O primeiro aspecto, ou seja, aquele que entende o bem-estar enquanto “estar no controle de sua vida” considera que a felicidade é atingida pelas pessoas que se mostram mais autossuficiente e menos dependentes de recompensas externas. A principal crítica aos autores que conceituam bem-estar sobre essa ótica é que este seria algo de curta duração, com ênfase nos aspectos afetivos. Ou seja, desconsideram aspectos da vida mais duradouros e com foco na autorrealização. A felicidade enquanto estado é aquele que prega que estar feliz é o resultado de muitos momentos ao longo da vida. Por sua vez, o bem-estar enquanto traço associa o estado de estar bem e feliz como uma predisposição em interpretar várias experiências da vida de forma positiva.
Além desses aspectos, os autores apontam que a maioria dos estudos sobre bem-estar, nos dias atuais, vem considerando os componentes de bem-estar propostos por Andrews e Witney (1974) que seriam: satisfação com a vida, afeto positivo e afeto negativo. Glatzer (1887), por sua vez, expressa que a satisfação pode ser vista em diferentes níveis: satisfação com a vida em geral e satisfação com determinados aspectos em um domínio como, por exemplo, satisfação com os professores e com o seu trabalho. Além disso, é importante ressaltar que os afetos positivos e negativos tem relação direta com o nível de satisfação com a vida de uma pessoa, podendo até mesmo funcionar como um preditor de doenças, tais como, a depressão.

Portanto, podem-se perceber nesse trabalho diferentes percepções acerca do bem-estar subjetivo e a importância de conhecer tal conceito para novos estudos acerca desse tema, considerado relativamente novo. O autor ainda indica alguns trabalhos como sugestão para uma leitura complementar, tais como: Joronen (2005), Albuquerque e Tróccoli (2004) e Medeiros (2001). Todos estes, também propuseram uma apresentação dos conceitos de bem-estar subjetivo. 

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