Suicídio na População Idosa na Pandemia da COVID-19: Uma Revisão Sistemática

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Macedo, A. B., Lago, J. J. O., Gonçalves, J. B. S. & Silva, A. M. B. (2022). Suicídio na população idosa na pandemia da COVID-19: Uma revisão sistemática. Revista de Psicologia da IMED, 14(2), 119-136.  https://doi.org/10.18256/2175-5027.2022.v14i2.4635

 

Resenhado por Hugo Santana-Batista

Entende-se como população idosa, no Brasil, indivíduos com 60 anos ou mais. É válido observar que ainda existem muitos preconceitos enraizados ao envelhecimento, que levam aos estereótipos negativos e discriminação e podem representar um risco para a saúde. Quando se fala de preconceitos, é necessário levar em consideração a questão do suicídio e o estigma negativo de quem o comete. Dessa maneira, é necessário evidenciar se, em um contexto de pandemia, a população idosa possui uma maior predisposição à questões como vulnerabilidade social e suicídio.

O presente estudo teve como objetivo fazer uma revisão sistemática da literatura e analisar os fatores que favorecem o risco de suicídio na população idosa, além de verificar as principais situações de vulnerabilidade social e emocional desse grupo, especialmente no contexto pandêmico. O método de revisão consistiu na pesquisa por meio de coleta nas bases de dados eletrônicas Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), PePSIC, Periódicos CAPES e Pubmed utilizando os descritores “Ideação suicida”, “Pandemia”, “Idosos”, “Suicídio” e “COVID-19”. Foram avaliados artigos nos idiomas português, espanhol e inglês publicados nos anos de 2020 e 2021.

O corpus analisado pelo software Iramuteq incluiu 10 artigos que abordaram suicídio, pandemia e a população idosa. O conteúdo analisado foi dividido em 6 classes, que foram: 1) Intervenções em tempos de crise; 2) Recursos tecnológicos como inclusão social; 3) Análise do cenário; 4) Estudos apontam motivos; 5) Distanciamento social na pandemia e doenças psicológicas e 6) Percepções de familiares e profissionais. Também foi utilizado na pesquisa a análise de similitude pelo iramuteq, onde as palavras de maiores evidencias foram “ser”, “idoso” e “suicídio” compostas nos eixos centrais.

Diante dos resultados, divididos em classes pelo software, analisou-se os conteúdos de cada uma das classes listadas. A partir disso, foi possível evidenciar que políticas públicas voltadas à prevenção de suicídio de idosos ainda não são priorizadas no Brasil, o que dificulta a identificação de fatores de risco para essa população. Também é importante pontuar que idosos que de alguma forma são forçados a viverem sozinhos, sofrem muito com o isolamento social e a solidão, o que leva a um aumento no consumo de álcool e tabagismo. No contexto da pandemia do COVID-19, os achados, a partir da análise de similitude, apreenderam que esse período trouxe implicações na saúde mental, além de um risco elevado de suicídio nesse público.

Portanto, conclui-se que é necessário maior atenção à questão da saúde mental do idoso, especialmente pelos órgãos governamentais de saúde e suas políticas. Vale lembrar que o estudo também traz a importância dos primeiros cuidados psicológicos para a população, essenciais quando se trata da temática abordada. Na psicologia da saúde, o estudo tem sua importância pelos achados relacionados às consequências do período pandêmico na saúde do idoso e, também, no fato de trazer mais informações acerca do suicídio na terceira idade.

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