Uso de atividades lúdicas no processo de humanização em ambiente hospitalar pediátrico: Relato de experiência
Araujo, R. S., Ribeiro, M. C. O.,
Sobral, A. L. O., & Faro, A. (2017). Uso de atividades lúdicas no processo
de humanização em ambiente hospitalar pediátrico: Relato de experiência. Interfaces – Revista de Extensão da UFMG, 5,
166-172.
Resenhado por Michelle Leite
O artigo em questão discorre sobre
uma experiência de campo realizada por monitores do programa “PET/Saúde REDES”
na enfermaria pediátrica de um hospital de urgência da cidade de Aracaju/SE.
Sabe-se que o processo de hospitalização interfere no comportamento e no estado
de humor da criança, com alterações como ansiedade, estresse e medo. Os fatores
envolvidos nessa situação são: a mudança da rotina diária, o ambiente estranho
e pouco acolhedor, a ausência de atividades escolares e recreativas, a presença
constante de pessoas desconhecidas e a doença e suas comorbidades em si.
A utilização do lúdico é uma das
estratégias utilizadas para tornar o ambiente hospitalar mais acolhedor e
humanizado para as crianças, de forma a amenizar as mazelas do processo de
hospitalização. O lúdico é algo que possui a natureza do brincar e seu uso favorece
a adaptação da criança ao ambiente hospitalar, facilita o processo de expressão
de sentimentos e interesses dos infantes, acelera o processo de recuperação
clínica, diminuindo o tempo de hospitalização, além de promover uma maior
adesão ao tratamento, entre outros benefícios. Cabe salientar que é exigida por
lei a existência de brinquedotecas nas dependências dos hospitais brasileiros
que oferecem atendimento pediátrico.
O presente estudo teve como objetivo
discorrer sobre as atividades lúdicas realizadas pelos alunos monitores com as
crianças hospitalizadas. A intervenção ocorreu durante os meses de maio a
agosto de 2014 e foi composta por oito horas semanais. Inicialmente os
monitores diagnosticaram a ausência de atividades lúdicas e de uma
brinquedoteca. Após o diagnóstico inicial, foram coletados materiais para
leitura e desenho junto ao setor de Psicologia e, com esse material, as
crianças foram abordadas em seus leitos nos momentos em que estavam ociosas.
Além dos momentos de leitura, com livros infantis de histórias narrativas e de
poesias, houve momentos de desenho e pintura, os quais além de divertir,
ensinavam e estimulavam práticas de higiene adequadas. No início de cada
abordagem, os alunos se apresentavam como estudantes de graduação, explicavam o
intuito da abordagem e conversavam sobre a história do paciente. Após esse
momento, era proposta a atividade de acordo com a idade e o nível educacional
da criança.
Por meio das atividades, as crianças
puderam manifestar algumas de suas angústias, anseios e perspectivas com maior
facilidade, fato que contribuiu para o fortalecimento do vínculo com os
monitores, além de propiciar um melhor entendimento sobre seu processo de
adoecer. Outrossim, as crianças se apresentaram mais participativas, eufóricas,
comunicativas e com o interesse pelas atividades mais aguçado, como também se
mostraram menos estressadas com a diminuição do tempo de ociosidade. Tais
resultados confirmam os benefícios da utilização do lúdico enquanto estratégia
redutora dos danos causados pelo processo de hospitalização e como uma
importante ferramenta a ser utilizada com o público infantil.
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