Levantamento e principais achados de estudos nacionais sobre a depressão-uma revisão sistemática de literatura

Almeida, L. G. R., & Faro, A. (2016). Levantamento e principais achados de estudos nacionais sobre a depressão: Uma revisão sistemática de literatura. RevIPI, 2, 1-16.

Resenhado por Lizandra Soares

A depressão é entendida como uma doença que se apresenta por meio de sintomas físicos e psicológicos, os quais podem resultar em incapacitação e suicídio. Os principais sintomas associados a esse quadro são o  rebaixamento do humor e a perda de prazer por atividades, antes prazerosas. Tal sintomatologia deve estar presente diariamente por pelo menos um período de 02 semanas, acrescido dos sintomas: apatia, falta de confiança, visões negativas de si e dos outros, alterações no apetite ou peso, sono e atividade psicomotora, fadiga, sentimentos de desvalia ou culpa, energia reduzida, irritabilidade, dificuldade para pensar, concentrar-se ou tomar decisões, perturbação da memória e dificuldade na aprendizagem; isolamento social; pensamentos recorrentes sobre morte ou ideação suicida, planos ou tentativas de suicídio (Almeida & Faro, 2016).
O presente estudo teve como objetivo realizar o levantamento das produções nacionais a respeito da temática depressão em dois bancos de dados (PePSIC e SciELO) no período de 2012 a 2014. Para tanto, foi utilizado o método de revisão de literatura mediante pesquisa bibliográfica.  Inicialmente, foram considerados todos os artigos encontrados nas bases de dados citadas. Em seguida, excluiu-se os artigos repetidos, incompletos, resenhas, cartas e comentários de publicações, artigos teóricos, artigos de revisão e produções não realizadas no Brasil. O próximo passo foi a leitura dos resumos do material restante, a fim de verificar se estes se enquadravam na temática (estudos sobre depressão). Foram encontrados 30 artigos na base de dados PePSIC e 111 na SciELO, totalizando 141 trabalhos. Após a filtragem pelos critérios de exclusão estabelecidos, resultaram 23 artigos do PePSIC e 84 do SciELO. Destes, 40 artigos (37,4%) foram publicados em 2012, 41 (38,3%) em 2013 e 26 (24,3%) em 2014.
Por meio da análise bibliométrica foi possível observar que, levando em consideração onde a amostra foi coletada, as publicações se concentraram nas regiões Sudeste (51,9%) e Sul (28,3%). As áreas que mais publicaram a respeito da temática foram a Medicina e a Psicologia. No que diz respeito ao objetivo, foram identificados 4 eixos nos quais os objetivos dos estudos analisados poderiam se encaixar: (1) prevalência, incidência ou ocorrência dos transtornos depressivos; (2) fenômenos e quadros clínicos; (3) perfis sociodemográficos e clínicos (4) medidas dos transtornos depressivos. A faixa etária das amostras em questão variou de 09 a 98 anos, sendo a maior parte com adultos (69,3%), seguido de idosos (40,6%) e crianças ou adolescentes (12,9%). Por fim, os instrumentos mais utilizados para mensurar a depressão nos artigos estudados foram o BDI, (34,5%; n = 48), a EDG, (7,9%; n =11), a HADS (7,2%; n = 10) e a SCID, (7,2%; n = 10).
O estudo dessa temática se faz necessário na Psicologia da Saúde em função dos altos índices de casos de depressão diagnosticados, além da alta probabilidade de se tornar uma doença incapacitante e de oferecer risco a vida (suicídio). Por essa razão, pesquisas sobre depressão são importantes para a compreensão do fenômeno e, a partir disso, criação de medidas de tratamento e profilaxia mais eficazes junto à população em geral.

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