Estratégia de Enfrentamento (coping) da família ante um membro familiar hospitalizado: uma revisão de literatura brasileira
Santos, Q. N. (2013). Estratégia de Enfrentamento (coping) da família ante um membro familiar hospitalizado: uma revisão de literatura brasileira. Mudanças – Psicologia da Saúde, 21 (2), 40-47. DOI: doi:10.15603/2176-1019/mud.v21n2p40-47
Resenhado por Nayara Chagas Carvalho
A família é o grupo social com o qual o indivíduo tem o primeiro contato, que ajuda a construir as primeiras percepções sobre o mundo, sendo referência para o indivíduo enquanto ponto de apoio e unidade primária de cuidado. Na medida em que um familiar é hospitalizado, ou acometido por alguma doença, este fator acaba interferindo na vida de todos os outros familiares, tanto emocionalmente quanto na vida econômica e social. A dinâmica familiar muda e os familiares têm que se adaptar a essa nova realidade além de lidar com a doença de alguém próximo. Nesse contexto, os familiares podem passar por dificuldades de enfrentamento uma vez que também vivenciam momentos de estresse, sofrimento, ansiedade e medo perante as situações que poderão vir a enfrentar.
O estudo buscou abordar a interface entre o estado de adoecimento e hospitalização de entes queridos e o uso de estratégias de enfrentamento pelos familiares da pessoa acometida. Trata-se de uma revisão sistemática na qual foram realizadas consultas utilizando a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e os seguintes descritores: enfrentamento, estratégia de enfrentamento, estratégia de coping, enfrentamento familiar, coping familiar. Como critério de inclusão e exclusão, considerou-se apenas estudos publicados entre 2000 e 2012 que abordassem as estratégias de enfrentamento familiar e o processo de paciente-adoecimento-hospitalização-família. Após seleção do filtro foram analisados apenas 8 artigos nesta pesquisa.
Os resultados apontaram que as estratégias de enfrentamento mais utilizadas pelas famílias foram resolução de problemas, suporte social, reavaliação positiva e estratégias de fuga-esquiva. Já as estratégias de afastamento, confronto e autocontrole foram menos evidenciadas. Os familiares recorreram às estratégias de coping para o ajustamento emocional e psicológico e para lidar com o adoecimento e a hospitalização do familiar. Entretanto, observou-se que foi dada a família pouca ou nenhuma assistência por parte dos profissionais.
Ademais, faz-se importante que as equipes de saúde deem uma maior atenção aos familiares e compreenda o núcleo familiar em sua totalidade, dado que a família é a principal rede de apoio e aliada no processo de tratamento do ente doente. Além disso, as pesquisas analisadas se limitavam a situações de enfrentamento, as doenças crônicas ou ainda ao enfrentamento dos pais cujos filhos adoeceram. Tal fato mostra a necessidade de pesquisas que contemplem outros cenários clínicos quando o tema é enfrentamento de familiares, a exemplo da perda de um membro da família.
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