The relationship between parenting style, gender and academic achievement with optimism among Turkish adolescents.

Resenhado por Luana Santos

Cenk, D. S., Demir, A. (2015). The relationship between parenting style, gender and academic achievement with optimism among Turkish adolescents. Current Psychology, 1-9. doi: 10.1007/s12144-015-9375-1.

As pessoas desenvolvem estratégias para lidar com os problemas e desafios que surgem em suas vidas, seja esperando bons resultados e agindo de acordo com essas expectativas ou de forma desadaptativa. Pessoas que esperam bons resultados, tem senso de confiança e assumem que a adversidade pode ser enfrentada com sucesso são chamadas otimistas. Em 1985, Scheier e Carver introduziram o conceito de otimismo disposicional para denominar uma tendência ou crença de que coisas boas geralmente ocorrerão no curso de vida de uma variedade de formas. Outros pesquisadores passaram a estudar o construto posteriormente e passou-se a atribuir uma causa em parte ambiental para a origem e manutenção do otimismo. Dessa forma, fatores socioambientais devem afetar os níveis de otimismo individuais. Alguns exemplos são o estilo parental, que consiste em uma série de ações e interações dos pais para promoção do desenvolvimento dos filhos. O estilo parental parece estar associado ao nível de rendimento escolar, desenvolvimento de habilidades e níveis de autoestima e satisfação com a vida, tanto em crianças como em adolescentes.
Diante disso, o estudo objetivou investigar os níveis de otimismo em adolescentes e sua relação com o estilo parental, sexo e desempenho acadêmico. Participaram 1353 adolescentes com idades entre 14 e 18 anos, sendo 708 meninos e 645 meninas, de três escolas públicas de Ancara, na Turquia. Aplicou-se o Life Orientation Test para mensurar o otimismo disposicional e a Parental Attitude Scale para mensurar três padrões percebidos de atitude parental (aceitação/envolvimento, rigor/supervisão e autonomia psicológica). A análise de dados foi realizada por meio do teste ANOVA.
Os resultados indicaram que os adolescentes com maior desempenho acadêmico possuíam também mais elevados que os com menor desempenho acadêmico. Os níveis de otimismo também foram maiores para adolescentes que percebiam seus pais como autoridades do que para aqueles que os percebiam como autoritários e negligentes, que por sua vez também foram menores em relação aos adolescentes que caracterizaram os pais como permissivos. Entretanto, nenhuma relação significativa entre otimismo e os outros estilos parentais foi observada, em consonância com a literatura na temática.
Apesar das relações encontradas, a generalização deste estudo ainda não é possível visto ter sido coletado a partir do autorrelato dos adolescentes, baseando-se portanto numa percepção destes acerca dos seus pais e não no estilo parental propriamente dito. Estudos futuros podem acrescentar uma medida que seja coletada com pais possibilitando a comparação com o autorrelato do filho. O aprofundamento da investigação das relações encontradas pode frutificar em novas formas de intervenção em relação ao otimismo e aspectos a ele relacionados, além de fornecer informações úteis a professores e educadores em geral.

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