Estratégias de coping e stress em docentes
Capelo, R., & Pocinho, M. (2016). Estratégias de coping: Contributos para a diminuição do stress docente. Psicologia, Saúde & Doenças, 17(2), 282-294. doi:10.15309/16psd170213.
Resenhado por Lizandra Soares
Na
atualidade, a escola sofre excessiva pressão por transformações. É
atribuída aos centros educacionais a responsabilidade por formar
indivíduos capazes de produzir, pensar, socializar e criar. Ou seja, o
sistema educativo e os professores são chamados a atender as
necessidades sociais, a contribuir para formar indivíduos produtivos e seres pensantes. A conjuntura desse cenário tem exposto os profissionais da educação a índices elevados de estresse laboral associado à atividade de alto risco de esgotamento físico e mental. Na sociedade atual os professores, principalmente de mecanismos públicos, estão cada vez mais a mercê da violência e de perigos a saúde. Muitas instalações de trabalho não oferecem segurança física ou ergonômica. Porém, apesar da realidade encontrada por esses profissionais em seus ambientes laborais, eles apresentaram visão positiva a respeito das atividades educacionais.
O stress transformou-se num fenômeno relevante, ganhando especial atenção nas pesquisas atuais. Por essa razão, o presente artigo teve como objetivo contribuir para compreender o impacto das fontes de stress laboral, numa amostra de 765 professores portugueses. Para tanto, utilizou-se o Questionário de Stress nos Professores, o Coping Job Scale, e o Questionário de Autoeficácia dos Professores. Participaram do estudo 765 professores (74,8% mulheres) que trabalhavam em escolas públicas. Destes, 63,9% eram casados ou viviam com companheiro (a) e 34,0% solteiros ou viviam sós. Verificou-se, ainda, que 60,0% se encontravam em início de carreira (0-10 anos de profissão) e 40,0% tinham mais de 10 anos de experiência.
Os resultados indicaram que as fontes de stress mais perturbadoras foram os comportamentos
inadequados e indisciplina dos alunos, o trabalho burocrático e
administrativo, as políticas de intervenção disciplinares inadequadas,
as pressões de tempo e sobrecarga de trabalho, seguido do estatuto da
carreira docente, e por fim, as diferentes capacidades e motivações dos
alunos. A maioria dos professores recorria a estratégias de controle seguidas das estratégias de evitação ou fuga e de gestão de sintomas. Além disso, a percepção de autoeficácia docente mais marcante foi a
eficácia na manutenção da disciplina, seguida pela eficácia
instrucional, eficácia nas relações interpessoais, eficácia no
estabelecimento de um bom ambiente escolar e eficácia na promoção do
envolvimento parental.
Compreender
como os professores lidam com os aspectos estressantes do ambiente de
trabalho assim como os fatores que aumentam a experiência de stress é importante porque permite pensar em intervenções eficazes do ponto de vista da psicologia da saúde. Sendo o stress um fator negativo para a manutenção de saúde mental, avaliar estratégias para diminuir o impacto do stress na
realização das atividades educacionais é necessário para oferece
melhores condições de trabalho e qualidade de vida para os professores.
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