Como controlar o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) em conjunto com a COVID-19: Um guia clínico do Colégio Internacional de Transtornos do Espectro Obsessivo Compulsivo (ICOCS) e da Rede de Pesquisa de Transtornos Obsessivo-Compulsivos e Relacionados (OCRN) do Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia

How to manage obsessive-compulsive disorder (OCD) under COVID-19: A clinician's guide from the International College of Obsessive Compulsive Spectrum Disorders (ICOCS) and the Obsessive-Compulsive and Related Disorders Research Network (OCRN) of the European College of Neuropsychopharmacology

 

Fineberg, N. A., Van Ameringen, M., Drummond, L., Hollander, E., Stein, D. J., Geller, D., ... & Rodriguez, C. I. (2020). How to manage obsessive-compulsive disorder (OCD) under COVID-19: A clinician’s guide from the International College of Obsessivo Compulsive Spectrum Disorders (ICOCS) and the Obsessive-Compulsive and Related Disorders Research Network (OCRN) of the European College of Neuropsychopharmacology. Comprehensive Psychiatry, 100, 152174. doi: 10.1016/j.comppsych.2020.152174

 

Resenhado por Geovanna Turri

 

O rápido avanço da pandemia de coronavírus, além aumentar significativamente a mortalidade mundial, também demonstrou potencial considerável para impactar na saúde mental da população, aumentado níveis de estresse e Transtornos Mentais Comuns como a ansiedade e a depressão por exemplo. No contexto atual, é de particular importância o impacto causado em indivíduos diagnosticados com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), que por natureza já possuem pensamentos e comportamentos intrusivos relacionados a evitar “perigos” por meio de comportamentos compulsivos. Durante a pandemia tem sido enfatizada a prática de cuidados preventivos que, nesses indivíduos, refletem em obsessões e compulsões relacionadas à contaminação.

Em resposta à crise emergente e aos pedidos crescentes de pacientes e médicos por orientação, um grupo de trabalho de especialistas clínicos do College of Obsessive Compulsive Spectrum Disorders (ICOCS) e do Obsessive-Compulsive and Related Disorders Research Network (OCRN) do Cólegio Europeu de Neuropsicofarmacologia produziu um guia clínico para os profissionais de saúde com objetivo de fornecer orientação pragmática em relação à temática com o grupo específico de pacientes com TOC.

As orientações, em síntese, são: 1. Abordar de forma calma e compassiva, sempre que possível com o uso de telemedicina; 2. Registrar cuidadosamente a história do paciente, confirmando o diagnóstico de TOC e possíveis comorbidades, esclarecendo até que ponto os sintomas atuais são reações racionais ou disfuncionais; 3. Avaliar o risco de suicídio, especialmente em pacientes com transtornos mentais comórbidos; 4. Psicoeducar com informações equilibradas sobre reflexos da COVID-19 na saúde física e mental; 5. Informar-se sobre o uso de internet e consumo de notícias do paciente, tentando equilibrar esses índices e sugerir fontes confiáveis; 6. Caso os sintomas de TOC sejam o problema principal deve-se rever as necessidades de uso de medicação como prioridade; avaliar o custo-benefício da realização de terapia cognitivo comportamental em termos de disponibilidade de profissionais; ativar o cuidado social e ocupacional, com estabelecimento de rotinas mesmo em casa, entre outras recomendações.

Dado o contexto atual, esforços rigorosos da psicologia da saúde devem ser feitos para fornecer cuidados eficazes para indivíduos com TOC e tais orientações devem direcionar os cuidados dados a esses indivíduos. Compreender o impacto de uma pandemia como a COVID-19 na expressão do TOC em pacientes afetados e no desenvolvimento de novos casos de TOC pode fornecer informações importantes sobre os determinantes ambientais do transtorno. Consequentemente, lidar com tais manifestações e agravamentos previne a necessidade de cuidados mais intensivos no futuro e diminui a gravidade das consequências psicológicas para estes indivíduos.



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