Intervenções baseadas em psicologia positiva para o câncer de mama: revisão sistemática

 

Casellas-Grau, A., Font, A., & Vives, J. (2014). Positive psychology interventions in breast cancer. A systematic review. Psycho-Oncology, 23(1), 9–19. https://doi.org/10.1002/pon.3353

Resenhado por Matheus Macena

A psicologia positiva é uma área emergente de estudos empíricos tanto para o campo da psicologia clínica quanto da psicologia da saúde. Esta revisão sistemática teve por objetivo sintetizar as evidências acerca das intervenções em psicologia positiva para o câncer de mama. Os estudos foram colhidos nas plataformas de dados: Pubmed, PsycINFO, Web of Science, Scopus, Cochrane, CINAHL, Wiley Online Library, TDX e DIALNET. Apenas estudos focados em intervenções baseadas em psicologia positiva e para o câncer de mama foram incluídos.

Foram identificados 7266 artigos na busca pelas palavras-chaves (por ex. psicologia positiva e câncer de mama) nas bases de dados e 16 artigos foram selecionados para compor a revisão. As intervenções encontradas foram agrupadas em cinco categorias: abordagens baseadas em mindfulness, expressão de emoções positivas, intervenções espirituais, terapia da esperança e intervenções de construção de significado para a doença. Essas intervenções especificas promoveram mudanças positivas para pacientes com câncer de mama, como: melhoras na qualidade de vida, no bem-estar, na esperança, na busca por benefícios e no otimismo. No entanto, disparidades entre as intervenções e problemas metodológicos foram limitações para os desfechos.

As terapias baseadas em mindfulness foram as mais utilizadas em pacientes com câncer (sete estudos), seguidas pelas intervenções baseadas em criar significado para a doença (três estudos) e estudos baseados na escrita de emoções positivas (três estudos). As intervenções psico-espirituais foram aplicadas em pacientes com câncer de mama em dois estudos e a terapia voltada para a esperança em apenas um artigo.

No geral, as terapias positivas incluídas nessa revisão foram capazes de produzir efeitos positivos em mulheres com câncer de mama. No entanto, nem todas as pacientes foram capazes de desenvolver respostas e estratégias de enfretamento para o câncer de mama, mesmo após as intervenções. Esse pode ser um indicativo de que a psicologia positiva não é universalmente efetiva, uma vez que nem todas responderam as intervenções, mas é capaz de gerar uma resposta positiva em público com o potencial para tal. Mas estudos, portanto, são necessários, a fim de averiguar a efetividade a possível adoção dessas intervenções nos acompanhamentos psicológicos prestados pela Psicologia; em particular, da Saúde.

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