Social isolation, health literacy, and mortality risk: Findings from the english longitudinal study of ageing
Smith, S. G.; Jackson, S. E.; Kobayashi, L. C.; Steptoe A. (2017). Social
isolation, health literacy, and mortality risk: Findings from the english
longitudinal study of ageing. Heatlh
Psychology, 37(2).
http://dx.doi.org/10.1037/hea0000541
Resenhado por Giulia
Literacia em saúde é entendida como o
nível com o qual um indivíduo é capaz de obter, processar e entender
informações fundamentais para a tomada de decisões apropriadas em saúde. Menores
níveis desse construto têm demonstrado associação com desfechos piores em saúde,
como a não aderência a medicamentos e a estilos de vida saudáveis e menor
utilização de serviços preventivos. A baixa literacia em saúde tem sido
identificada como um fator de risco para pior funcionamento físico e
mortalidade. Sobre isso, sabe-se que pessoas mais velhas tendem a ter menor
literacia em saúde, bem como tendem a vivenciar maior isolamento social.
Isolamento social acontece quando há
rede social pequena e contato interpessoal empobrecido, o que, junto a
problemas como limitações financeiras, pior estado de saúde e perda de pessoas
próximas pode tornar os adultos mais velhos mais vulneráveis. Também pode causar
falta de suporte emocional e escassez de assistência em saúde, além de estar
associado com maior mortalidade nesse grupo. Em pessoas menos literadas esse efeito
pode ser maior, pois dependem mais de parceiros para tomar decisões e precisam
de maior apoio para compensar sua falta de habilidades. Uma boa rede social pode
ampliar a literacia em saúde, diminuir os efeitos de ter poucas habilidades em
saúde e facilitar o acesso a serviços de cuidado. O presente estudo objetivou investigar as relações entre
isolamento social, literacia em saúde e mortalidade em adultos mais velhos. Para
tanto, foram analisados dados de 7731 adultos com mais de 50 anos de idade. A
literacia em saúde foi investigada através de um breve teste de compreensão de
um rótulo de medicamento fictício. O isolamento social foi mensurado por questões
acerca do estado civil e frequência de diferentes tipos de contato social. Os
dados de mortalidade foram obtidos por meio do acompanhamento dos participantes
após um período médio de 8 anos (2005-2013).
Os resultados apontam que tanto baixa
literacia em saúde quanto maior isolamento foram mais frequentes entre
participantes mais isolados socialmente, mais velhos, com baixo nível educacional,
com prejuízos físicos e cognitivos, sintomas depressivos e doenças crônicas.
Literacia em saúde esteve associada com maior mortalidade, cujo índice foi o
dobro em pessoas menos literadas. Isolamento social também esteve associado com
maior mortalidade. O efeito
conjunto do isolamento social e da menor literacia colocou adultos mais velhos como
grupo de risco. Isso aconteceu porque indivíduos socialmente isolados não costumam
ter acesso aos recursos oferecidos pela rede social, como apoio e motivação
para procurar serviços de saúde e adotar comportamentos saudáveis e outras
habilidades relacionadas à saúde. Por exemplo, indivíduos costumam ser
influenciados por pessoas próximas a aderirem comportamentos de saúde, sejam
negativos ou positivos.
Isolamento social também é tido como
fator de risco para o declínio cognitivo no envelhecimento, o que pode impactar
negativamente as habilidades de saúde. Além disso, tanto isolamento quanto
baixa literacia estavam associados com maior mortalidade, mostrando que são
pontos-chave para intervenções com foco na promoção da saúde. Nesse sentido, espera-se
que a psicologia da saúde possa contribuir através do maior estudo das
características que podem aumentar o engajamento social e as habilidades de
saúde, a fim de desenvolver intervenções cientificamente validadas nos grupos
de maior risco.
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