Saúde mental e qualidade de vida de estudantes universitários


Nogueira-Martins, L. A., & Nogueira-Martins, M. C. F. (2018). Saúde mental e qualidade de vida de estudantes universitários. Revista Psicologia, Diversidade e Saúde, 7(3), 334-337. doi: 10.17267/2317-3394rpds.v7i3.2086.
Resenhado por Lizandra Soares

A educação de nível superior tem sido pauta das discussões no cenário científico atual, principalmente em função dos índices cada vez mais marcantes de adoecimento mental. O aluno que ingressa no ensino superior vivencia pressões para dar conta de uma rotina acadêmica, ao passo que é convidado a treinar sua postura profissional. Na instituição universitária, o aluno construirá a sua identidade profissional e pessoal, mas este indivíduo possui emoções e convive com as variáveis ambientais e externas a ele, o que representa, muitas vezes, um mundo ameaçador e amedrontador. Esse jovem precisará desenvolver habilidades sociais e emocionais compatíveis com os estímulos aversivos desse período. No seio acadêmico, o estudante acaba tendo que lidar com uma série de questões internas que podem levá-lo ao adoecimento mental, a exemplo das provas e exames, exigência de longas horas de estudo, conflitos entre dever e lazer, gestão do tempo, preocupação com seus ganhos econômicos no futuro, entre outras.
Ao observar os fatores expostos, é possível perceber que o sofrimento psicológico da vida acadêmica compromete a saúde mental e a qualidade de vida dos estudantes. Por essa razão, foi realizada uma revisão da produção científica nacional e internacional disponível a respeito dessa temática. O resultado dessa revisão mostrou que os temas mais recorrentes foram: qualidade de vida, transtornos mentais comuns, estresse, Burnout, ansiedade, depressão, ideação suicida, suicídio, uso de substâncias psicoativas, resiliência e distúrbios do sono. Outro resultado importante, evidenciado neste estudo, foi que a experiência acadêmica é construída de forma diferente por cada indivíduo. Isso ocorre em virtude das características individuais do estudante, a exemplo de maior ou menor vulnerabilidade psicológica, facilidade/dificuldade de interação, uso de estratégias de enfrentamento ou/e mecanismos adaptativos. Como consequência dessa interação entre o estudante e o meio, é provável a ocorrência de três situações: 1) adaptação; 2) crises adaptativas; e 3) crises psicopatológicas. A integração das experiências em serviços de atenção à saúde mental dos estudantes, do ponto de vista na vivência dos docentes, demonstrou que o estresse sentido pelos estudantes pode ser consequência da vulnerabilidade psicológica, agrupados em três categorias: 1) estresse relacionado ao processo de profissionalização; 2) estresse situacional; e 3) estresse pessoal.
A melhoria das condições de saúde mental dos universitários depende do tipo de crise e de estresse associado ao adoecimento dos mesmos. Dessa maneira, medidas preventivas primárias (promoção de saúde), secundária (diagnóstico e tratamento precoces) e terciária (reabilitação e readequação) precisam ser implementadas. Para a psicologia da saúde, essa temática é importante em vista da necessidade de compreender os fatores associados ao desenvolvimento de doenças mentais em ambiente acadêmico, a fim de perceber os comportamentos em saúde que podem preveni-los.

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