Atuação do Psicólogo em Hemodiálise
Freitas , P. P. W & Cosmo, M.
(2010). Atuação do Psicólogo em Hemodiálise. Rev. SBPH, 13 (1).
Resenhado
por Joelma Araújo
O
artigo em questão aborda as consequências da insuficiência renal crônica,
enfatiza sobre o tratamento hemodialítico e o papel do psicólogo no tratamento.
Os aspectos emocionais dos portadores de doença renal são discutidos baseados
na revisão bibliográfica e no relato de experiência dos autores. Objetivou-se
ressaltar a importância do atendimento psicológico ao paciente renal.
A
insuficiência renal crônica é um grave problema de saúde pública mundialmente.
O paciente é submetido à hemodiálise que permite a manutenção do equilíbrio de
substâncias químicas como sódio, potássio, cloretos e controle da pressão
arterial. O tratamento ocasiona limitações e alterações significativas na vida
do paciente como mudanças na alimentação e rotina, o que acarreta em várias
questões emocionais, sociais, econômicas e familiares.
Essa
imersão em um universo de mudanças e restrições dificulta a adesão ao
tratamento. Sua vida passa a depender da hemodiálise, sendo esta também a causa
de perdas como da energia cotidiana e de capacidade física. Diante desse
quadro, segundo Diniz e Schor (2006) muitos pacientes são acometidos por
depressão. Para o paciente renal, a depressão pode desencadear a perda da
confiança na eficácia do tratamento e, mais gravemente, levar o mesmo a não aceitar
viver nas condições impostas pelo tratamento acabando por abandoná-lo, o que
pode leva-lo a morte.
É
então o psicólogo encarregado de acompanhar o paciente nessa vivência do
adoecimento. Sendo essencial que acompanhe desde o inicio para melhor estimular
o paciente no processo de adaptação psicológica. O profissional buscará compreender os
fenômenos intrínsecos das relações, conhecer as reações do paciente,
estimula-lo a ressignificação do adoecimento e ao fortalecimento dos recursos
de enfrentamento. Além de orientar
familiares e profissionais a como agir diante do quadro emocional do
sujeito.
O
conhecimento da doença e a participação ativa no tratamento são fundamentais
para o equilíbrio emocional do paciente e para a qualidade das etapas a serem
cumpridas. Cabe ao psicólogo e toda equipe de saúde passar segurança e
confiança para o paciente. Além de estarem atentos para o direito de escolha do
sujeito, pois ao se sentir seguro e tendo algum controle no tratamento melhor
será sua adesão.
Desta
forma, o acompanhamento psicológico ao paciente renal crônico é de extrema
importância devido às repercussões psicológicas decorrentes do adoecimento. É o
profissional que, conhecendo a singularidade de cada paciente, irá estimular
nos sujeitos a capacidade de ressignificação da existência e elaboração do
sofrimento, promovendo mais recursos de enfrentamento. Diante disso, percebe-se
a relevância dos estudos da psicologia da saúde na área renal, que acrescenta
conhecimento científico para os psicólogos, possibilitando intervenções
baseadas em evidências.
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