Revisão integrativa da ansiedade em adolescentes e instrumentos para avaliação na base Scientific Electronic Library Online



Baptista, M. N., & Soares, T. F. P. (2017). Revisão integrativa da ansiedade em adolescentes e instrumentos para avaliação na base scientific electronic library online. Avaliação Psicológica, 16(1), 97–105. doi: 10.15689/ap.2017.1601.11 

Resenhado por Amanda Feitosa

A ansiedade tem sido cada vez mais comum no público adolescente devido as constantes mudanças e incertezas que ocorrem nesse período. Nesse grupo ela é frequentemente associada a situações sociais e ameaças abstratas, sendo que uma das maneiras de se obter um diagnóstico clínico dessa condição é por meio da utilização de medidas de avaliação da ansiedade. O presente artigo observou uma escassez de estudos sobre instrumentos que avaliem a ansiedade em crianças e adolescentes no Brasil. Dessa forma, esta pesquisa teve como objetivo revisar a literatura produzida em 13 anos na base de dados SciELO que envolviam ferramentas de avaliação da ansiedade para o público infanto-juvenil. 
Este estudo utilizou como método de investigação a realização de uma revisão integrativa da literatura. Para isso, executou-se uma consulta à base de dados SciELO abrangendo o período de 2002 a 2014, e após a aplicação dos critérios de exclusão e inclusão e a leitura dos artigos na íntegra, 35 estudos foram incluídos nesta revisão integrativa. Para a identificação e descrição dos resultados, elaboraram-se categorias que se referiam aos objetivos de cada estudo, a descrição da amostra (com subcategorias referentes à idade, faixa etária, escolaridade e localidade), as variáveis associadas e os instrumentos de ansiedade.
Os resultados mostraram que a maioria das investigações ocorreu no período da adolescência (91,4%) ao passo que na subcategoria sexo foram encontrados estudos prioritariamente (34,4%) e exclusivamente (20%) com o grupo feminino. Esse enfoque maior dos estudos no público feminino adolescente corresponde a pesquisas anteriores que apontam o sexo feminino como mais vulnerável a manifestações de ansiedade. Em relação ao quadro clínico e condições de saúde dos jovens, a ansiedade estava relacionada a transtornos depressivos (62,8%) e a transtornos relacionados a abuso no uso de substâncias (34,3%). 
Os instrumentos mais utilizados para a avaliação e manifestação da ansiedade foram o STAI‑C e o Beck Anxiety Inventory (BAI), ambos usados em cinco estudos. Apesar da variedade de medidas de avaliação de ansiedade, examinou-se que poucas destas foram desenvolvidas para o público infanto-juvenil. Além disso, observou-se que a maioria dos estudos deu mais importância à relação da ansiedade com outras variáveis do que às qualidades psicométricas dos instrumentos. Assim, ressaltou-se a necessidade de mais estudos que se dediquem ao estudo dessas medidas no contexto brasileiro.
A psicologia se dedica ao estudo da ansiedade e suas variáveis associadas, além de utilizar os seus instrumentos de avaliação para a elaboração de intervenções e tratamentos psicológicos. Para que haja o desenvolvimento de estratégias mais eficazes para a promoção de saúde mental nessa faixa etária, são essenciais pesquisas que visem a compreender quais outros fatores interferem no quadro clínico da ansiedade no público infanto-juvenil, principalmente oriundos do campo da psicologia da saúde. Por fim, ressalta-se a necessidade de aprimorar os instrumentos atualmente utilizados para a avaliação da ansiedade, no intuito de promover maior acurácia diagnóstica para aqueles jovens que sofrem de um transtorno psicológico.

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