Coping e Estresse Familiar e Enfrentamento na Perspectiva do Transtorno do Espectro Autista
Carvalho-Filha, F. S. S., Silva, H. M. C.,
Castro, R. D. P. D., Moraes-Filho, I. M. D., & Nascimento, F. L. S. C. D.
(2018). Coping e estresse familiar e enfrentamento na perspectiva do transtorno
do espectro do autismo. Revista de Divulgação Científica Sena Aires, 7(1),
23-30.
Resenhado por Maria Clara
O
autismo é um Transtorno Global do Desenvolvimento caracterizado por déficits na
interação social, na comunicação, na sensibilidade sensorial, coordenação
motora e atenção, além de implicações na execução de tarefas de vida diária,
variando em intensidade e severidade. A chegada de uma criança promove bastante
comoção no seio familiar pois os pais sonham com o futuro de seus filhos, e o
diagnóstico de autismo provoca uma ruptura de todas as expectativas outrora
criadas.
Por
ser um transtorno que acarreta em grande perda das habilidades sociais, causa
sofrimento aos cuidadores que se encontram impossibilitados que estabelecer uma
comunicação com seus filhos. As principais respostas emocionais emitidas pelos
cuidadores após o diagnóstico são alívio por entenderem os comportamentos dos
filhos, culpa por acharem que erraram durante a gestação e perda dos planos
futuros sonhados.
O
estudo objetivou avaliar o cotidiano de 32 cuidadores de autistas que
frequentavam instituições que ofereciam apoio e tratamento a esse grupo. Foi
observado que a dificuldade na comunicação prejudicava o desenvolvimento de
atividades diárias e a relação os autistas com seus cuidadores, que diversas
vezes não entendiam o que seus filhos queriam. Identificou-se ainda que as
demandas de cuidado exigiam disponibilidade integral dos cuidadores, restando
pouco tempo para que eles tenham cuidado consigo próprio, principalmente as
mães.
Constatou-se
que após o diagnóstico, a vida da família gira em torno das necessidades da
pessoa com autismo. Desta forma, ocorrem muitas mudanças especialmente no que
tange à vida do social dos cuidadores, pois estes passarão mais tempo buscando
informações e acompanhando o tratamento. A ausência do apoio de outros membros
acarreta em sobrecarga para os cuidadores primários, prejudicando a qualidade
de vida dos mesmos.
A
rede de apoio, seja ela familiar ou estatal, foi identificada como uma variável
de alto valor protetivo, pois a inserção num grupo estimula diversas
habilidades nos pacientes autistas, auxiliando no desenvolvimento e
contribuindo para melhor qualidade de vida deles e de seus cuidadores. É
importante que os psicólogos da saúde presentes nessas instituições promovam
grupos de apoio a fim de potencializar o suporte social para pacientes e cuidadores.
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