Pontos-chave do COVID-19 em idosos

5 years ago
Traduzido e adaptado por Maísa Carvalho 

Sabe-se que o novo coronavírus (COVID-19) atinge principalmente populações mais vulneráveis, a exemplo de pessoas com doenças crônicas e idosos. Evidências epidemiológicas apontam que indivíduos acima de 85 anos possuem maior risco de infecção e morte, já os que possuem entre 65 e 74 anos têm baixas taxas de mortalidade. Ações vêm sendo direcionadas para esse recorte populacional, entretanto, pouco se discute acerca das diferentes necessidades, riscos e capacidades para lidar com a crise que estão vivenciando. 
Os idosos fazem parte de um grupo bastante heterogêneo, demandando ações distintas para diferentes circunstâncias. Essa população inclui indivíduos com diferentes condições de saúde e estilo de vida, variando entre aqueles que exercem trabalho remunerado ou voluntário; pessoas que ainda convivem com seus familiares (esposo (a), netos ou outros parentes); e que possuem algum tipo de deficiência, como autocuidado, locomoção, etc. Ademais, cerca de 2,6% dos idosos vivem em lares especializados ou asilos e possuem maior risco de morte pelo coronavírus em adição a outros fatores (doenças, deficiências, idade acima de 85 anos, etc.) e os que passam dos 65 anos possuem maiores chances de se recuperarem caso sejam contaminados, pois ao ultrapassarem essa idade, estima-se uma adição média de 19,5 anos.  
Explanar as diferentes realidades que são vivenciadas pelos idosos é relevante para se combater o tabu da morte anunciada que é disseminado em relação à essa faixa etária. Reduzir a gravidade da doença a uma forma binária – jovens e idosos – é um erro, já que o COVID-19 atinge qualquer idade. Ainda assim, deve-se lembrar que os idosos se enquadram em um grupo de risco, sendo necessário orientá-los para exercerem o isolamento social de forma saudável. Capacitá-los sobre a importância do distanciamento social, o uso de novas tecnologias (smartphones, tablets e o uso da internet) e prestar apoio emocional para os que vivem sozinhos pode amenizar o sofrimento.  
No que concerne à hospitalização e mortalidade pelo coronavírus, levantamentos mostram que idosos entre 65 e 74 anos apresentam uma faixa de 28,6-43,5% de hospitalização, enquanto os que possuem acima dos 85 anos de idade exibem taxas de 31,3-70,3%, necessitando de mais hospitalizações. Nos Estados Unidos, a estimativa de mortes feita pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) mostra que 2,7-4,9% dos óbitos são de idosos entre 65 a 74 anos e 10,4-27,3% entre aqueles com 85 anos ou mais.  
Ante ao exposto, percebe-se que não é recomendável homogeneizar o grupo em questão, sendo necessário que as autoridades competentes compreendam os fatores que podem ocasionar o risco de contaminação pelo COVID-19 e direcionem as intervenções necessárias à cada caso.  

Fonte: https://ahcpsychologists.org/wp-content/uploads/2020/03/APA-Committee-on-Aging-Key-Points-on-COVID-19.pdf 

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