Adesão à vacinação de HPV por homens em idade de trabalho: Uma revisão sistemática e meta-análise

 

Resenhado por Susana Santana

 

Amantea, C., Foschi, N., Gavi, F., Borrelli, I., Rossi, M. F., Spuntarelli, V., Russo, P., Gualano, M. R., Santoro, P. E., & Moscato, U. (2023). HPV vaccination adherence in working-age men: A systematic review and meta-analysis. Vaccines, 11(2), 1-14. http://dx.doi.org/10.3390/vaccines11020443

 

Todos os anos, o papilomavírus humano-HPV causa 630.000 casos de câncer em homens e mulheres. Mais de 95% dos casos de câncer cervical são devidos à infecção por HPV, representando uma séria ameaça à saúde pública. A vacina HPV é fortemente aconselhada para imunização regular aos 11 ou 12 anos de idade, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Contudo as vacinações podem começar já na idade de 9 anos. Essa recomendação, já feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS), também é adotada pelo Ministério da Saúde brasileiro. Quando essa imunização não ocorre em idade mais jovem, o CDC aconselha imunização para adultos até os 26 anos de idade. No Brasil, desde 2022, a vacina quadrivalente do HPV foi ampliada para ser administrada em homens de até 45 anos.

Embora a infecção por HPV seja a infecção viral sexualmente transmissível mais comum no mundo, as taxas de adesão à vacinação contra o HPV nos homens são geralmente mais baixas do que nas mulheres. O objetivo do estudo em questão foi realizar uma revisão sistemática e meta-análise para mapear e avaliar a aderência de homens jovens em idade de trabalho (18-30 anos) à vacinação contra o HPV. De acordo com os critérios metodológicos de seleção estabelecidos pelos autores, oito estudos foram incluídos: 50% (quatro) examinaram a adesão à vacinação em adultos jovens através de dados registrados em bancos de dados de seguros nacionais ou de empresas privadas, 37,5% (três) em adultos jovens em diferentes ambientes, através de dados coletados em pesquisas e questionários, e 12,5% (um) numa campanha de vacinação contra o HPV, em uma prática de residência de medicina familiar. Os autores concluíram que a adesão à vacinação contra o HPV em homens em idade de trabalho (18-30 anos) tem baixa prevalência agregada (11%). A fim de alcançar um nível mais alto de adesão, sugere-se dar ênfase às campanhas de vacinação nas escolas, bem como no local de trabalho, após consulta e aprovação dos órgãos locais, regionais e federais de saúde pública.

A adesão à vacinação é um comportamento positivo de saúde, assim como ter bons hábitos alimentares e realizar atividade física regularmente. Essa prática serve de proteção de saúde frente a ocorrência de doenças infecciosas graves. Pela sua importância em desfechos de saúde, este tipo de comportamento é um dos objetos de investigação na área da Psicologia da Saúde. Entender os aspectos psicossociais que incentivam ou inibem a adesão à vacinação pode produzir evidências importantes para a formulação de campanhas efetivas de vacinação. Esse conhecimento também pode contribuir para promover a adesão de homens em comportamentos positivos de saúde.

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