Moraes, L. S. K., & Rocha, F. N. (2017). Resiliência no trauma: a possibilidade de manejo na Terapia Cognitivo-Comportamental. Revista Mosaico, 8(1), 03-10. doi:10.21727/rm.v8i1.910 Resenhado por Millena Bahiano Durante o processo de desenvolvimento, as pessoas vivenciam uma série de situações adversas através das quais desenvolvem recursos e estratégias de enfrentamento para lidar com elas. Contudo, algumas pessoas conseguem enfrentar essas adversidades de forma mais adaptativa, transformando a vulnerabilidade em crescimento pessoal, ao passo que outros tendem a sucumbir frente a essas circunstâncias adversas. Nesse sentido, o conceito de resiliência abrange processos que podem explicar o enfrentamento de crises e adversidades em indivíduos, grupos e organizações sendo de fundamental importância a intervenção terapêutica. O presente artigo teve como objetivo investigar o desenvolvimento da resiliência diante do trauma psicológico. Para tanto, abordou os principais conceitos de resiliência, além de apresentar uma breve discussão sobre a utilização da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) no atendimento psicoterápico, a fim de auxiliar o processo cognitivo do paciente no alcance de funções adaptativas e na busca do desenvolvimento de um processo resiliente. Da mesma forma, o estudo buscou identificar estratégias de enfrentamento dos indivíduos diante de situações de vulnerabilidade e apresentar as principais variáveis do comportamento resiliente e sua aplicabilidade clínica. Segundo os autores, o conceito de resiliência ainda se encontra em construção e os diversos teóricos que a estudam, apesar de apresentarem diferentes definições para o termo, afirmam que os conceitos são tidos como complementares. Para qualificar um indivíduo como resiliente é necessário que ele tenha estado diante de um evento traumático e/ou vivenciado uma situação com alta exposição de risco, além de perceber a sua adaptação à adversidade como boa. Os indivíduos não podem ser considerados resilientes se nunca tiverem sofrido uma ameaça significativa. Outro fator abordado no estudo se refere a relação entre resiliência e coping. Estes dois constructos estão intimamente relacionados. Logo, não há como falar de resiliência sem também relacioná-la ao conceito de coping. A resiliência diz respeito às pessoas que conseguem se adaptar e superar as adversidades, sendo que o coping evidencia as estratégias que as pessoas tendem a utilizar para enfrentar as adversidades. Por fim, a partir dos achados desse estudo é possível compreender que o indivíduo pode desenvolver um processo resiliente, mesmo diante da vivência de uma situação estressante e traumática. Para a psicologia da saúde, à intersecção da resiliência com o coping pode evidenciar a ocorrência precoce de sofrimento psíquico no indivíduo, tais como a presença de sintomas depressivos e ansiosos. Além disto, pode auxiliar na minoração de prejuízos físicos e psicológicos, e contribuir na elaboração de estratégias mais adaptativas de enfrentamento da situação adversa e traumática.

 Moraes, L. S. K., & Rocha, F. N. (2017). Resiliência no trauma: a possibilidade de manejo na Terapia Cognitivo-Comportamental. Revista Mosaico, 8(1), 03-10. doi:10.21727/rm.v8i1.910


Resenhado por Millena Bahiano


Durante o processo de desenvolvimento, as pessoas vivenciam uma série de situações adversas através das quais desenvolvem recursos e estratégias de enfrentamento para lidar com elas. Contudo, algumas pessoas conseguem enfrentar essas adversidades de forma mais adaptativa, transformando a vulnerabilidade em crescimento pessoal, ao passo que outros tendem a sucumbir frente a essas circunstâncias adversas. Nesse sentido, o conceito de resiliência abrange processos que podem explicar o enfrentamento de crises e adversidades em indivíduos, grupos e organizações sendo de fundamental importância a intervenção terapêutica. 

O presente artigo teve como objetivo investigar o desenvolvimento da resiliência diante do trauma psicológico. Para tanto, abordou os principais conceitos de resiliência, além de apresentar uma breve discussão sobre a utilização da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) no atendimento psicoterápico, a fim de auxiliar o processo cognitivo do paciente no alcance de funções adaptativas e na busca do desenvolvimento de um processo resiliente. Da mesma forma, o estudo buscou identificar estratégias de enfrentamento dos indivíduos diante de situações de vulnerabilidade e apresentar as principais variáveis do comportamento resiliente e sua aplicabilidade clínica. 

Segundo os autores, o conceito de resiliência ainda se encontra em construção e os diversos teóricos que a estudam, apesar de apresentarem diferentes definições para o termo, afirmam que os conceitos são tidos como complementares. Para qualificar um indivíduo como resiliente é necessário que ele tenha estado diante de um evento traumático e/ou vivenciado uma situação com alta exposição de risco, além de perceber a sua adaptação à adversidade como boa. Os indivíduos não podem ser considerados resilientes se nunca tiverem sofrido uma ameaça significativa. Outro fator abordado no estudo se refere a relação entre resiliência e coping. Estes dois constructos estão intimamente relacionados. Logo, não há como falar de resiliência sem também relacioná-la ao conceito de coping. A resiliência diz respeito às pessoas que conseguem se adaptar e superar as adversidades, sendo que o coping evidencia as estratégias que as pessoas tendem a utilizar para enfrentar as adversidades.

Por fim, a partir dos achados desse estudo é possível compreender que o indivíduo pode desenvolver um processo resiliente, mesmo diante da vivência de uma situação estressante e traumática. Para a psicologia da saúde, à intersecção da resiliência com o coping pode evidenciar a ocorrência precoce de sofrimento psíquico no indivíduo, tais como a presença de sintomas depressivos e ansiosos. Além disto, pode auxiliar na minoração de prejuízos físicos e psicológicos, e contribuir na elaboração de estratégias mais adaptativas de enfrentamento da situação adversa e traumática.

 


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