As demandas devido ao comportamento suicida nos serviços de emergência pré-hospitalar de Málaga: Características e fatores associados
Jimenez, H. M, et al. (2017). Las demandas por
conducta suicida a los servicios de urgencias prehospitalarios de Málaga:
características y factores associados. Anales del Sistem.
Sanitário
de Navarra, 40(3), 379-389. doi:10.23938. /ASSN.0047
Resenhado por Iracema Freitas
O
suicídio é compreendido como um comportamento que possui uma espécie de continuum, pois não se reduz a
efetivação da própria morte. Ele abrange as ideias e intenções de suicídio,
planos para alcançar os meios de tentar o suicídio (tentativa de suicídio) e,
por fim, o suicídio propriamente dito (suicídio consumado). A Organização Mundial
da Saúde (OMS) chama “comportamento suicida mortal” aquele em que a tentativa
de morte é executada e o objetivo do suicídio é alcançado, já o “comportamento
suicida não fatal” é aquele cujo grau de letalidade não foi suficiente para
consumação da morte como ideias, planos, ameaças e tentativas.
Um
estudo transversal avaliou a recorrência das demandas de comportamento suicida
no serviço de emergência pré-hospitalar em Málaga (Espanha). As demandas foram
categorizadas em três grupos: demandas por
problemas psiquiátricos, demandas por comportamento suicida e demandas por
problemas físicos. Dos 163.331 atendimentos considerados pelo estudo, 1.380
foram por demanda de comportamento suicida e 9.951 por demandas psiquiátricas,
os demais por demandas físicas. A categoria do comportamento suicida acionou o
serviço de emergência com maior frequência durante a tarde (39,2%) e a noite (32,2%).
O terceiro semestre apresentou a maior demanda por comportamento suicida do que
demanda física. No quarto trimestre, houve maior demanda por comportamento
suicida do que demanda psiquiátrica. As tentativas de suicídio foram de 83,4% (esse
grupo composto por jovens entre 16-45 anos), já o suicídio consumado foi mais
comum em idosos do sexo masculino.
O levantamento realizado por este
estudo reitera a necessidade de avaliar todas as variáveis envolvidas no
comportamento suicida. Para a Psicologia da Saúde, as cognições que envolvem
tal comportamento podem estar associadas a transtornos mentais, desesperança,
baixa autoestima, ausência de suporte social e outros reforçadores que podem
agravar o quadro. Na pesquisa em questão foi possível traçar um perfil do
indivíduo que procura o atendimento hospitalar: são jovens que nos últimos
trimestres do ano tentaram suicídio. No entanto, ainda existe outro grupo que
não aparece nas estatísticas: aqueles em que a ideação suicida é recorrente,
que são considerados potenciais suicidas, uma vez que não há qualquer garantia de que o suicídio não virá a ocorrer.
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