Um Modelo Explicativo para o Bem-Estar Subjetivo: Estudo com Mestrandos e Doutorandos no Brasil

Faro, A. (2013). Um modelo explicativo para o bem-estar subjetivo: Estudo com mestrandos e doutorandos no Brasil. Psicologia: Reflexão e Crítica, 26, 654-662.

Resenhado por Danielle Alves

O estudo teve como objetivo geral compreender os modos através dos quais os estudantes de pós-graduação enfrentam os desafios para essa formação. Para isso, buscou identificar a distribuição dos principais estressores, detectar o índice de estresse dos estudantes de mestrado e doutorado, evidenciar as estratégias de enfretamento mais utilizadas, determinar o índice de bem-estar subjetivo (BES) e testar um modelo para o BES dos pós-graduandos.
A ênfase no índice de BES se justificou pelo entendimento de que esta medida reflete a qualidade do ajustamento do indivíduo a diversas circunstâncias estressoras, sendo ainda uma inferência acerca da felicidade ou qualidade de vida percebida em um recorte de tempo. A análise favorece a identificação do nível de adaptação, já que o estresse demanda por estratégias de enfrentamento, alterando o BES.
A pesquisa identificou que “tempo” e “recursos financeiros” denotaram maior impacto na produção de variabilidade do estresse a partir dos instrumentos que foram utilizados. Quanto ao primeiro, compreendeu-se que a administração do tempo entre tarefas relacionadas à vida pessoal e da vida acadêmica possuiu elevada importância para a adaptação ao dia-a-dia. Já “recursos financeiros” potenciaram a elevação do estresse, pois o rendimento mensal sofre diminuição ante às exigências que impedem/dificultam a formação de vínculo empregatício. “Supervisão” e “Desempenho” foram medidas relevantes para a adaptação e relacionadas como características da relação aluno-orientador. A mensuração do estresse médio demonstrou pontuação acima da média da escala. Foco no problema participa do modelo teórico permitindo inferir sua contribuição para um menor estresse e impacto positivo sobre o bem-estar. Além disso, o índice de BES sugeriu que seu decréscimo é mediado pela percepção do estressor.
Esses dados apontam que intervenções para elevar o status do BES poderiam ser direcionadas ao fortalecimento de estratégias focadas no problema, bem como a mudanças voltadas à redução do nível de sobrecarga. Tais ações repercutiriam no aperfeiçoamento acadêmico individual e institucional, assim como na saúde dos pós-graduandos.
A psicologia da saúde possui grande potencial e arsenal teórico-técnico para desenvolver ações como essas, já que se constitui como campo de atuação e pesquisa de variáveis que medeiam e modulam processos adaptativos.

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