Representações sociais do usuário de crack para familiares e profissionais de saúde
Silva, N. F., & Faro,
A. (2016). Representações sociais do usuário de crack para
familiares e profissionais de saúde. Psychologica, 59, 25-41. doi:
10.14195/1647-8606_59_1_2.
Resenhado por Milena Bahiano
No Brasil, o crescimento
do consumo do crack tornou-se um dos
maiores problemas de saúde pública e tem sido considerado uma epidemia por
muitos estudiosos da saúde mental. Derivado da cocaína, o crack possui rápida absorção no organismo e elevado potencial, à
curto prazo, de desenvolvimento de dependência física e psicológica no usuário.
Como dispositivo de acolhimento e atenção à saúde mental, os Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS) ocupam atualmente um espaço importante na rede de atenção e
cuidados aos usuários de álcool e outras drogas, bem como de seus familiares.
Neste estudo,
utilizou-se como referencial teórico a Teoria
das Representações Sociais com enfoque na Teoria do Núcleo Central. A pesquisa foi desenvolvida em um
CAPS AD (Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e outras Drogas) e em três
CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) situados no Estado de Sergipe. A amostra
foi composta por 20 familiares e 30 profissionais inseridos nos CAPS, sendo que, ambos os participantes
deveriam ter contato direto nos cuidados e atenção à saúde do usuário de crack. Os dados foram coletados com base
na técnica de evocação livre e as três primeiras evocações foram consideradas
na análise. Perguntou-se aos participantes: “O que vem a sua mente quando ouve
a expressão ‘usuário de crack’?”.
Já na análise dos dados utilizou-se o software Ensemble de Programmes
Permettant l’Analyse des Evocations (EVOC).
Nos resultados apresentados, os
autores analisaram as representações sociais atribuídas aos usuários de crack, na concepção de familiares e
profissionais de saúde inseridos nos CAPS, e uma análise comparativa foi
realizada entre as evocações apresentadas pelos grupos a partir do termo
indutor usuário de crack. As
evocações dos familiares se
relacionaram significativamente com as mudanças ocorridas no âmbito
familiar, já os profissionais de saúde se ativeram sobre os comportamentos de
esquiva e necessidade de ajuda a esses indivíduos. Por fim, os resultados do
estudo objetivaram contribuir para a ampliação dos conhecimentos sobre o
usuário de crack assim como auxiliar
os profissionais de saúde na elaboração de estratégias que envolvam o
tratamento e acolhimento do usuário e sua família.
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