Resilience in Survivors of Child Sexual Abuse: A Systematic Review of the Literature/ Resiliência em Sobreviventes do Abuso Sexual Infantil: Uma Revisão Sistemática da Literatura

Domhardt, M., Münzer, A., Fegert, J. M., & Goldbeck, L. (2015). Resilience in survivors of child sexual abuse: A systematic review of the literature. Trauma, Violence, & Abuse, 16(4), 476-493.

Resenhado por Mariana Menezes

O abuso sexual infantil pode comprometer o ajustamento psicossocial e a saúde das vítimas, além de ter relação com uma gama de transtornos mentais, tais como transtorno de estresse pós-traumático, depressão, ansiedade, agressão e abuso de substâncias. No entanto, apesar do aumento do risco de transtornos mentais, há evidências de que alguns indivíduos que foram sexualmente abusados ​​exibem níveis de funcionamento considerados normais.
A resiliência, que pode ser entendida como a capacidade de se adaptar de forma positiva frente às adversidades, parece exercer grande influência nessas pessoas. Além disso, alguns fatores de proteção têm se mostrado associados à resiliência. Fatores de proteção se referem a características do indivíduo e do ambiente que modificam, melhoram ou alteram a resposta das pessoas a algum risco ambiental que predispõe a um resultado mal-adaptativo.
Os autores do artigo realizaram uma revisão de literatura sobre pesquisas empíricas acerca da resiliência em sobreviventes de abuso sexual infantil e discutiram fatores de proteção associados ao funcionamento adaptativo, apesar da vitimização sexual. Os resultados da pesquisa indicaram que as vítimas sobreviventes de abuso sexual, apesar do histórico de abuso, demonstraram um nível normal de funcionamento que variou de 10% a 53%. Ainda, os fatores de proteção mais associados foram educação, competência interpessoal e emocional, crenças de controle, enfrentamento ativo, otimismo, apego social, atribuição externa de culpa e, principalmente, o apoio familiar e o ambiente social mais amplo.
Os autores concluem o artigo alertando para a importância de se realizar intervenções preventivas e clínicas voltadas para pessoas que sofreram abuso sexual na infância. Essas intervenções devem utilizar estratégias psicoeducacionais e cognitivas adaptadas ao nível de desenvolvimento da vítima, além de que devem buscar melhorar sua rede de apoio social.
Portanto, o artigo é significativamente útil para o campo da Psicologia da Saúde uma vez que aborda construtos relevantes para os estudos nessa área. Além do mais,  compreender como a resiliência e os fatores protetivos se comportam no contexto do abuso sexual infantil, evidenciando o papel da resiliência no ajustamento psicológico e investigando quais são os fatores de proteção associados a ela, é fundamental para se criar estratégias de intervenção eficazes e fornecer assistência psicológica efetiva para as pessoas vítimas de abuso sexual infantil.

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.