A relação entre o envelhecimento populacional e as doenças crônicas não transmissíveis: Sério desafio de saúde pública
Silva,
J. V. F., Silva, E., C., Rodrigues, A. P. R. A., Miyazawa, A. P. (2015). A
relação entre o envelhecimento populacional e as doenças crônicas não
transmissíveis: Sério desafio de saúde pública. Ciências Biológicas e da Saúde, 2(3),
91-100.
Resenhado por
Brenda Fernanda
As
doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) têm se destacado enquanto importante
desafio de saúde pública há anos, sobretudo pela morbidade e mortalidade que
causam. Estas doenças ocasionam grande incapacidade e comprometem o
funcionamento diário dos indivíduos, afetando os hábitos de vida e o bem-estar,
além de impactar na economia do país. De acordo com levantamentos realizados, idosos
são os que mais apresentam doenças crônicas, havendo a necessidade de se
preocupar com o envelhecimento saudável. Este fato torna-se mais alarmante ao
considerar que a pirâmide etária brasileira encontra-se em transição com aumento
do número de idosos. Frente ao exposto, o estudo objetivou interpretar a
perigosa relação proporcional entre o crescimento da população idosa com DCNT e
os desafios atuais da rede assistencial da saúde brasileira no monitoramento e
controle destas patologias.
O
estudo consistiu em uma revisão de literatura, de caráter qualitativo, descritivo
e epidemiológico, utilizando-se de dados provenientes de publicações nas bases
de dados Scielo, Biblioteca Virtual da Saúde – BVS, e do Ministério da Saúde. Os
critérios de inclusão foram: artigos publicados entre o período de 2000 e 2014,
nos idiomas espanhol, inglês ou português, disponíveis em texto completo. As
palavras-chaves utilizadas foram: DCNT; Envelhecimento Populacional;
Assistência Básica à Saúde.
Os
autores discutem sobre o quanto, desde a década de 60, o Brasil vem sofrendo
uma transição social, econômica, demográfica, epidemiológica e da saúde, com
queda nos índices de mortalidade e natalidade e consequente aumento da
população idosa. Secundário ao aumento do número de idosos, observa-se a incidência
e a prevalência das DCNT, que desde 2002 têm sido responsáveis por quase 60% de
todas as mortes no Brasil e aproximadamente 50% do total de doenças no mundo. O
aumento de pessoas idosas e do número de portadores de DCNT repercute também em
questões econômicas e sociais, visto que esses idosos que anteriormente
trabalhariam e contribuiriam ativamente para a economia, face ao adoecimento,
deixam de fazê-lo. Além disso, ainda existe o impacto econômico ocasionado pelo
custo que as doenças crônicas acarretam aos serviços de saúde.
Como
resposta para este desafio, no que diz respeito à prevenção e combate das DCNT,
destaca-se a necessidade de intervenção nos fatores de risco modificáveis que
já possuem evidências científicas comprovadas de associação com doenças
crônicas: dieta, sedentarismo, uso de tabaco, de álcool e outras drogas. Além
disso, observa-se a importância do uso do monitoramento da saúde populacional
como ferramenta para identificar necessidades e elaborar estratégias de
prevenção. Desse modo, entende-se que a prevenção e promoção de saúde
funcionariam como boas ferramentas para o desenvolvimento de um adoecimento
saudável e para evitar o surgimento de DCNT em idosos, resguardando também o
sistema econômico dos custos acarretados pelo adoecimento.
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