Estudo comparativo da qualidade de vida de idosos asilados e frequentadores do centro dia
Simeão, S.F.A.P. at al. (2018). Estudo comparativo da qualidade de
vida de idosos asilados e frequentadores do centro dia. Ciência & Saúde Coletiva, 23(11):3923-3934.
doi: 10.1590/1413-812320182311.21742016
Resenhado por Iracema R. O. Freitas
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define
qualidade de vida (QV) como a percepção do indivíduo de sua posição na vida no
contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos
seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Para os idosos QV é um
produto das interações com o seu ambiente, bem como o resultado das atividades,
percepções e crenças ao longo da vida. Diante de alguma limitação, idosos podem
necessitar dos cuidados da família, contratar um cuidador ou procurar um
serviço de internação em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos –
ILPI.
O objetivo do estudo foi comparar a
qualidade de vida de idosos asilados e frequentadores do Centro Dia do Asilo
Vila Vicentina, no município de Bauru/SP. A amostra foi composta por 48 idosos,
27 asilados (11 mulheres e 16 homens) e 21 frequentadores do Centro Dia (16
mulheres e 5 homens). Os instrumentos utilizados foram um questionário
sociodemográfico e dois questionários de avaliação da QV, o WHOQOL-Bref e
WHOQOL-Old, conforme instrução da OMS devem ser respondidos conjuntamente. Os
dados foram analisados pelo software Statiscal
Package for Social Sciences (SPSS) versão 17.0. Os resultados mostraram que
a idade média dos homens foi de 75,4 ± 8,7 anos e das mulheres 79,4 ± 9,6 anos,
com a maior incidência de homens asilados (59,3%) e mulheres frequentadoras do
Centro Dia (76,2%); a maioria foi da raça branca (74,1% – asilados e 81,0% –
Centro Dia) e estudaram até 1 ano (51,9% – asilados e 47,6% – Centro Dia),
destacando-se que 3 idosos tinham curso superior completo (2 asilados). Os
idosos do Centro Dia, de ambos os sexos, tiveram maiores índices de QV em
comparação aos asilados, as mulheres institucionalizadas tiveram os piores
escores na QV. O estudo traz ainda a discussão sobre a institucionalização e os
seus aspectos positivos, como a adesão à farmacoterapia, melhora no convívio
social, amenização de sintomas depressivos, participação em atividades de lazer
beneficiando a locomoção. Dentre os aspectos negativos da institucionalização,
estão a insatisfação quanto à capacidade de tomar decisões, vida monótona,
perda de autonomia física e mental, desvios nutricionais, tanto para magreza,
como para excesso de peso. Esses aspectos fazem um contraponto com a outra
modalidade de assistência aos idosos frequentadores e não asilados, que possuem
maior rede de contato social, maior número de atividades diárias e maior
autonomia para executá-las, contextos que contribuem para uma autoestima mais
elevada e um bom nível de saúde.
O aumento de sobrevida dos idosos gera a
necessidade de garantir a esse público não apenas maior longevidade, mas
felicidade, satisfação pessoal e qualidade de vida. Para isso, é fundamental que
a autonomia, participação social, por exemplo, sejam estimuladas a fim de
promover bem estar e saúde mental. A psicologia da saúde, enquanto
especialidade que investiga essas e outras variáveis, pode contribuir de forma
significativa ao produzir conhecimento sobre elas, o que implicaria na
ampliação das possibilidades de intervenção).
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